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Fernando Calmon – O que levará carro a nunca bater

Concessionária Jaguar Land Rover do Grupo SHC

Fernando Calmon – Lidar ou radar? O que levará um automóvel a nunca colidir – Um veículo à prova de acidentes é uma promessa que mais cedo ou mais tarde pode se transformar em realidade. Mas a tecnologia para chegar lá é alvo de intensas discussões técnicas e até egocêntricas. Isso ficou claro em reportagens da Forbes e da Autocar sobre o avanço de uma empresa sediada em Orlando, Flórida (EUA), a Luminar. Seu presidente, o bilionário Austin Russel, não se pode classificar de modesto.

“Primeiro, os cintos de segurança. Depois, os airbags. Agora, a Luminar” afirmou em entrevista. A aposta da empresa é no lidar (sigla em inglês de Light Detection and Ranging, Detecção e Medição de Distância por Luz), tecnologia de sensoriamento remoto que usa pulsos de laser para construir um ambiente tridimensional à frente de um veículo, permitindo detectar objetos até 300 metros de distância. Com aperfeiçoamentos futuros é possível criar um “envelope” de segurança em torno do carro para torná-lo à prova de colisões, independentemente de quem esteja ao volante.

O segundo homem mais rico do mundo, Elon Musk, dono da Tesla e outras gigantes como a fábrica de foguetes SpaceX, fez opção por um sistema de câmeras de alta definição. Ele desdenha o lidar como “um objetivo tolo” e recusa-se a usá-lo nos Teslas.

Matthew Weed, diretor da Luminar, não deixou por menos. “Um carro dirigir sozinho apenas com câmeras é questão irrelevante. Porém, será sempre mais seguro? Se houver tecnologia lidar no veículo, a resposta é sim. Se pudermos reduzir o custo o suficiente para compensar o valor por meio de menos colisões, então se trata de conversa irrelevante”, disparou.

Há mais de 25 empresas de lidar no mercado mundial e quatro se destacam: Innoviz, de Israel; RoboSense e Hesai, da China; Valeo, da França. “Existem 100 especificações e requisitos dentro de um sistema lidar, mas importante é o quão longe pode-se detectar as coisas e vincular isso diretamente à velocidade com que é seguro dirigir”, diz Weed.

Ele afirma com base em relatório do Conselho Econômico e Social das Nações Unidas que o lidar da Luminar pode detectar um pneu na estrada a cerca de 160 m – o dobro da distância de qualquer outro. A nova fábrica da empresa no México (além dos EUA, Tailândia, China e mais uma na Ásia) deverá permitir escala para tornar o produto mais em conta.

Na próxima geração o custo deve cair para cerca de US$ 350 (R$ 1.750), equivalente à economia no preço do seguro.

 

Mercado caiu em abril, mas subiu no quadrimestre – Ainda é cedo para revisar a previsão de comercialização de veículos leves e pesados ao final deste ano em comparação a 2022, afetado por uma queda de produção importante por falta de peças em razão da pandemia da covid-19. Especificamente em abril, com dois feriados numa 6ª. feira, além do dia 1º de maio numa 2ª. feira que impediu o emplacamento do que se comercializou no fim de semana anterior, os números foram contrastantes.

Em abril venderam-se 160,7 mil unidades, 19,2% a menos em relação a março. Já no acumulado do primeiro quadrimestre o total de 632,5 mil unidades superou em 14,4% o idêntico período de 2022. A Fenabrave informou que no caso dos automóveis (80% das vendas totais) o primeiro quadrimestre de 2023 ficou 32% abaixo do mesmo período de 2019, antes da pandemia.

Neste começo de maio, números desanimadores: apenas 7,5 mil unidades de vendas diárias, em média. A Anfavea manteve sua previsão de crescimento modesto de 2,2% em 2023 frente a 2022. A diferença entre o projetado e o realizado foi muito pequena até agora. O estoque total (fábricas e concessionárias) permaneceu em 38 dias de março para abril.

As exportações nada ajudaram (queda grande no mercado argentino, o principal). Haverá paradas de produção em maio e junho, afetando a maioria dos fornecedores que não têm o mesmo fôlego financeiro para manter empregos.

Veja também: Os carros mais velozes das últimas 8 décadas

Quanto ao chamado carro “verde” de entrada para impulsionar as vendas, pouco avançou. Há sugestão de permitir uso do FGTS para uma linha de financiamento especial, mas é preciso mudar a lei que prevê apenas a aquisição da casa própria.

ALTA RODA

Fernando Calmon

Coluna Fernando Calmon

fernando@calmon.jor.br e www.fernandocalmon.com.br

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