Ícone do site BlogAuto

Fernando Calmon: Novo tracker está muito bem posicionado

Chevrolet Tracker 2021

Os efeitos do novo coronavírus no mercado brasileiro de veículos serão perversos, mas ainda não dá para dimensioná-los. Mesmo porque o trabalho remoto instaurado por muitas empresas ameniza, em parte, a crise e pode ajudar na recuperação econômica.

Até agora o ano estava indo muito bem. A média diária de vendas de veículos leves e pesados atingiu 10.716 unidades de primeiro de janeiro até segunda-feira, dia 16 (6,4% superior a 2019). Neste dia, porém, a média recuou 8% para 9.861 unidades. A comercialização de usados também refletiu a insegurança sobre os rumos da economia e tinha caído cerca de 10%, segundo estimativas.

Problema do covid-19 é mundial e teme-se falta de autopeças vindas do exterior. A Fenabrave ressalvou que os estoques nas concessionárias vão de 45 a 60 dias incluindo motos, máquinas e implementos Então, daria para cobrir eventuais paradas das linhas de montagem e, avalio, sem atingir de forma homogênea todas as marcas. Cenário ruim, embora não desesperador, por se desconhecer o grau de retomada após esperados três meses de prostração.

Outro fator de incerteza – dólar no patamar de R$ 5 – pode atormentar as fabricantes de forma diferente. Antes devo ressalvar, ao contrário do pensamento corriqueiro, que há décadas o Brasil não exige índice mínimo de conteúdo de peças locais nos produtos aqui fabricados. A exceção ocorreu no período do programa Inovar-Auto (2012-2017), mas o motivo implícito foi segregar os modelos importados em época de real supervalorizado.

É difícil calcular hoje o conteúdo importado em razão das autopeças também conterem itens vindos do exterior, principalmente na eletrônica de bordo. No geral estimo algo entre 40% (modelos recentes e alta incidência de eletrônicos) e 10% (aqueles há tempos no mercado). Quanto se repassará para o preço dependerá do conteúdo local do modelo e da estratégia de cada fabricante. Nessas circunstâncias o impacto não será linear e nem integral.

A GM sofreu o primeiro impacto da crise. Seu principal lançamento do ano, o novo SUV compacto Chevrolet Tracker não teve apresentação presencial para concessionárias e imprensa (optou por streaming de vídeo). No entanto, anunciou preços tão competitivos quanto os dos Onix/Onix Plus, em 2019 (embora estes já tenham até sido majorados).

O Tracker começa em R$ 82.000 e chega a R$ 112.000. (Veja avaliação aqui) Motores, só tricilindros turboflex, desde o atual 1-L dos Onix (116 cv/16,8 kgfm) ao novo 1,2-L (132 cv/21,4 kgfm), como antecipei no ano passado. Nos dois casos, potência e torque são inferiores ao modelo que se despediu. Apesar de o novo SUV ser, em média, 160 kg mais leve que o anterior, na relação peso-potência a versão de menor cilindrada fica em posição inferior (10,6 kg/cv) e a mais potente quase iguala (9,3 kg/cv, agora; antes 9,1 kg/cv). Isso será avaliado na próxima coluna.

Espaço interno melhorou um pouco: o novo modelo é 1,5 cm maior tanto na largura (179 cm) quanto na distância entre-eixos (257 cm). Apesar de mais baixo, espaço para cabeça foi ampliado. Grande avanço foi no porta-malas que passou a 393 litros (antes, 306 litros) ou 28 % superior ao acanhado volume anterior.

ALTA RODA

Fernando Calmon

fernando@calmon.jor.br e www.facebook.com/fernando.calmon2

Confira o BlogAuto no: Youtube, TikTok, FacebookInstagram e Twitter.

Fernando Calmon: Novo tracker está muito bem posicionado

Sair da versão mobile