Durante o test-drive do Corolla 2.0, passamos em frente ao terreno da Toyota, em Sorocaba. Localizada no km 92 da Rodovia Castelo Branco, a área passa por um trabalho de terraplanagem, mas não há sequer uma placa da montadora anunciando a nova fábrica. Suspeitamos pelo tamanho do terreno e paramos num posto ao lado para confirmar.
O frentista não só sabia da fábrica como também revelou que está inscrito num curso profissionalizante que visa prepará-lo para alguma vaga na montadora. Aliás, há uma febre local pela procura por emprego na Toyota. Cursos como esse ficaram comuns, alguns sérios e outros de qualidade duvidosa.
A Toyota diz que criou uma fundação para atuar junto à prefeitura do município para oferecer reconhecimento para projetos sérios de formação. É de interesse dela, claro, poder contratar pessoal preparado na região.
Mas, apesar da euforia, o projeto da fábrica da família Etios pode demorar mais do que o previsto. Conversas com executivos da marca japonesa revelaram que as seguidas crises da Toyota nos Estados Unidos têm atrasado os planos no Brasil. Primeiro por causa da crise financeira, agora devido ao recall americano: “se você tem uma pessoa doente e outra sã, quem é mais importante no momento?”, indagou um executivo da montadora. “primeiro a matriz quer resolver os problemas nos EUA e depois decidir o que fazer no Brasil”, respondeu.
Essa centralização de decisões na Toyota foi definida por outro funcionário: “é bom e é ruim ao mesmo tempo. Por um lado, atrasa muita coisa, mas em compensação temos produtos em linha com o resto do mundo. Aqui não há desenvolvimento específico para um mercado. Se lançamos algo é para todos os clientes”, explicou.