Nesta segunda-feira, 14, tivemos a oportunidade de conversar informalmente com Paulo Sérgio Kakinoff, o jovem presidente da Audi no Brasil. E o bate-papo foi bastante esclarecedor. Kakinoff explicou qual seu objetivo com a marca no país, hoje relegada ao último lugar em vendas entre as três alemãs.
Agora a meta é ampliar o portfólio. Segundo ele, a Audi está em desvantagem em relação à BMW e Mercedes-Benz. Por isso o foco agora é lançar vários modelos da série “S”, como o S3 e o TTS mostrados ontem aqui. Em janeiro, virão o RS6 e durante o ano o novo S4, com motor de 6 cilindros de 333 cv e compressão por meio de um blower. Há alguns anos a Audi não trazia nenhum “S” ao Brasil, sinal das más administrações do passado.
Cada vez mais, a Audi reforçará o caráter esportivo de seus carros por isso a partir de 2010 o menor motor que equipará seus carros terá 180 cv. Ou seja, nada de modelo premium com motor de baixa potência, como faz a BMW com o 118i e o 320i.
Kakinoff reconhece que sua estratégia é contrária a da BMW, que popularizou seus produtos, mas aposta que os clientes não querem carros muito despojados. Em compensação, ele aposta no inédito motor 2.0 TFSI flex que está sendo desenvolvido pela Audi juntamente com a Volkswagen. Tudo leva a crer que a marca será pioneira nesse sentido.
O A1, prestes a ser lançado e com previsão de chegar ao Brasil em 2011, também é outro que deverá ter motor bicombustível por aqui, mas de menor potência.
Perguntamos a ele como o Brasil, apesar do crescimento recente do mercado premium, ainda parece carente de produtos nessa linha como em outros países como a Argentina, por exemplo. Kakinoff revelou que se nosso mercado é o 5º maior do mundo é também apenas o 35º em vendas de automóveis premium.
De acordo com ele, para ser viável uma operação de importação é preciso vender ao menos 2 mil carros por ano – a Audi está um pouco acima disso hoje. “Com esse volume, você empata os custos seus e da rede. Com 3 mil a rede já ganha dinheiro, mas a marca não porque precisa ampliar o portfólio. Para ganhar dinheiro mesmo, o mínimo é de 5 mil carros por ano”, contou o executivo. Hoje, apenas sua rival BMW beira essa marca.