No post anterior, nossa expectativa com o Soul cresceu porque raramente vemos uma apresentação em que um carro no fim não acaba revelando seu ponto fraco. Aparentemente, o modelo da Kia só apresentou virtudes. Alguns leitores comentaram a respeito do preço, mas é isso mesmo, está no site da marca e, segundo o release, vale até setembro.
O presidente da Kia, José Luiz Gandini, até foi perguntado sobre isso e disse que o cálculo do preço foi feito com base num dólar a R$ 1,90, portanto, dentro do que já ocorre hoje. Portanto, o negócio e conferir na concessionária.
Na sexta-feira pudemos andar no Soul e comprovar se a prática conferia com a realidade. E bate, meus amigos. O carrinho é bom de dirigir, tem um interior legal, mas não sofisticado, bons recursos e um visual melhor ao vivo.
A primeira impressão que a foto pode enganar é que o carro é alto: 1,61 m, praticamente o mesmo que um EcoSport. A versão avaliada foi a U.152, básica do automático, que tem rodas aro 16, aliás, que parecem pequenas para o modelo. Outro detalhe estranho é o fato de a Kia não ter criado nomes ou siglas mais simples para o carro. No documento, consta a versão EX, mas no material da empresa apenas esse código estranho – U.102, U.153, U.101…
O acabamento é louvável também, as juntas das partes da carroceria têm pouco espaçamento e as portas fecham facilmente. Por dentro, o material é simples, mas de bom gosto. Os botões do ar-condicionado, por exemplo, são bem sólidos, longe daquela impressão de alguns carros nacionais, que parecem não suportar muita força.
O painel de instrumentos lembra o do Fit, com as divisões circulares, já o console central avança para o interior do carro e tem um rádio integrado bastante atraente. A foto abaixo é da versão top e com cores mais chamativas, o que não ocorre com o “brasileiro”, mais discreto, exceto pelo interior do porta-luvas, na cor vermelha e bem feio.
Laterais altas
Infelizmente, o volante não tem regulagem de altura, mas a posição de dirigir é bem natural, o que compensa essa ausência. Ao contrário de carros como o C4 Picasso em que você fica exposto por causa das janelas baixas, o Soul nos deixa escondidos no interior. Em outras palavras, o carro é “profundo”: o motor, por exemplo, fica bem no fundo no cofre.
A versão U.152 tem câmbio de 4 marchas e aí também nos deixou com um pé atrás. Mas as respostas são rápidas e nas retomadas o Soul foi ligeiro em identificar a necessidade de reduzir as marchas. O pedal do acelerador é até sensível demais na saída, o que nos obriga a uma certa suavidade ao pisar. O ruído interno é aceitável até porque seu perfil não tão inclinado gera muito ruído acima de 120 km/h, mas dentro do esperado.
Surpresa é a direção elétrica direta que lembra a agilidade do Civic, entre outros. Para manobrar é muito leve e na estrada endurece bastante a ponto de você achar que o carro não tem assistência. A suspensão também se mostrou acertada ao menos para os trechos de estrada, 99% do trajeto de teste. É firme sem parecer desconfortável.
Em resumo, um carro prático de dirigir, com interior agradável e bons recursos de equipamentos. É o tipo de veículo que deve fazer sucesso aos poucos, por meio do boca-a-boca, como ocorreu com o Fit, da Honda. Talvez as pessoas estranhem um pouco o visual quadradão, mas quando virem um Soul ao lado de um EcoSport entenderão que o carro da Ford envelheceu demais. Já o Kia só falta mesmo ser flex.
Esperamos comentários dos futuros compradores e suas opiniões aqui.