A Petrobras anunciou nesta segunda-feira a esperada redução no preço dos combustíveis derivados do petróleo. Após o início da crise mundial, o preço do barril caiu absurdamente, porém, o governo brasileiro preferiu lucrar e postergar ao máximo a redução do valor já que o petróleo nacional acompanha a oscilação do produto no mercado mundial. Mas há a famosa pegadinha: a estatal petroleira reduziu o preço do diesel e da gasolina, mas só o primeiro chegará ao consumidor.
O diesel deve – não há certeza – cair 9,6%, barateando o custo de transporte no país e, por tabela, os gastos dos donos de picapes e utilitários esportivos que usam esse combustível. Já a gasolina caiu 4,5%, mas o governo, como sempre, voltou a cobrar a Cide, um imposto que foi suspenso no ano passado no meio da crise.
Com isso, continuamos a ter uma das gasolinas mais caras e de pior qualidade no mundo. Curioso é que o álcool, ao contrário, está com o preço mais baixo do que se imaginava. Mesmo que houvesse a redução na gasolina, a proporção entre o custo dela e do álcool seria em média de 55%, bem abaixo dos 70% que são o limite para que o combustível vegetal seja usado com vantagem nos carros flex.
Enquanto isso, os produtores de álcool andam com a corda no pescoço devido à concorrência, que aumentou com a expectativa frustada de alta na demanda pelo produto tanto no Brasil quanto no exterior. Difícil ver a regra da oferta e da procura em se falando de combustíveis.