Olhe bem para a foto acima. O Chevrolet Onix, depois de se chocar contra uma barreira a 64 km/h, mostra que absorveu o impacto e preservou a integridade dos ocupantes. Agora desça um pouco a página e veja o que aconteceu com o Lifan 320, mais conhecido pela cópia um tanto descarada do Mini Cooper.
O cockpit praticamente desintegrou e, mais grave do que isso é que, segundo o Latin NCAP, o fato de não ter airbags não mudaria o resultado já que se o equipamento existisse não teria funcionado porque a coluna de direção se desfez na batida.
É isso que demonstra o abismo que ainda separa os carros chineses dos demais. O próprio Onix não é uma ótima referência em matéria de segurança – conseguiu três estrelas em proteção para adultos e duas estrelas para crianças, resultado razoável. A verdade é que ambos devem muito em respeito ao consumdor brasileiro, mas o carro chinês nem poderia ser vendido diante de um resultado de segurança tão ruim.
E não se trata da Lifan, da Chery, da JAC ou de qualquer outra marca chinesa. O fato é que a maior parte desses veículos não atende o mínimo que se espera em matéria de segurança e nem a obrigação de airbags e ABS vai mudar isso. O correto seria que modelos que não atendessem uma regulamentação mais exigente nem pudessem ser vendidos, mas isso não parece uma preocupação para o governo brasileiro, que prefere apenas taxar os veículos, sobretudo, importados, não importando se eles têm dois, quatro, sete ou 10 airbags sem falar em sistemas de segurança ativa.
Uma legislação decente incentivaria primeiro os veículos seguros, depois os eficientes e, por que não, os mais baratos. Quem conseguisse entregar um carro seguro, econômico e barato mereceria pagar menos impostos. E o inverso faz mais sentido ainda.
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Ao menos em relação ao Lifan 320, é bom saber que a marca já não o vende mais no Brasil desde o ano passado. Mas e os outros carros vendidos no Brasil – chineses ou não – que rodam com nível de segurança ignorado todos os dias?
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