Na renovação do acordo de importação sem impostos entre Brasil e o México prevaleceu mais uma vez a vontade brasileira. Na época em que foi criado, o acordo era uma maneira de incrementar o comércio de veículos entre os dois países, que têm um perfil de clientes parecidos. Porém, o custo alto da produção aqui aliado aos investimentos que o México recebe para produzir modelos para os Estados Unidos – onde está no NAFTA, o mercado comum da América do Norte – pendeu a balança para o lado dos mexicanos.
Com isso, o ogverno brasileiro decidiu estipular uma cota anual de importação, que teve um efeito imediato: ‘matou’ a possibilidade de o brasileiro comprar alguns modelos bem mais baratos que os nacionais. Foi o tempo em que o mexicano Nissan March, o Fusion e CR-V vendiam aos montes aqui.
Segundo o jornal O Estado de São Paulo, os dois governos renovarão o acordo nesta semana, com cotas mais baixas do que antes. A medida significa, na prática, que as montadoras que têm fábrica no México venderão menos carros mexicanos de lá do que hoje. O acordo, aliás, tem uma peculiaridade: para definir qual a participação de cada marca, é feito uma divisão conforme as vendas locais. Por isso a Nissan é hoje a maior beneficiada nessas cotas – a marca é líder no México.
Na outra mão, a tendência é que o Brasil continue sem atingir a cota já que poucos modelos são competitivos no México hoje. Com o dólar a R$ 3, talvez essa situação melhores, mas não a ponto de equilibrar a balança. Não é à toa que muitas marcas tenham decidido produzir aqui seus modelos hoje mexicanos. O Versa e o mexicano Jetta são dois exemplos. Já o CR-V, o Tracker e o Fusion continuarão a vir do México em quantidades menores do que a demanda.
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Nessa conta, quem sai perdendo são os consumidores brasileiros, claro. Se comprar carro mexicano, tem dificuldade em encontrá-los e nem sempre paga barato já que os rivais nacionais são caros. Se optar por esperar a nacionalização também não pagará barato já que nosso custo de produção é mais alto.
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