A Anfavea, a entidade que reúne os fabricantes de automóveis instalados no Brasil, tem novo presidente para os próximos dois anos. E a escolha surpreende: Cledorvino Belini, o também presidente da Fiat. Mais conhecido pelo sobrenome, o executivo atua na área há 37 anos, sempre no grupo italiano. A surpresa é o fato de um presidente – e não um vice-presidente ou superintendente – assumir a Anfavea, como não ocorria há muitos anos.
Belini vive um momento especial, a montadora é líder de mercado há oito anos e, mesmo com a investida da Volkswagen, continua à frente com tranquilidade que deve aumentar a partir desta semana quando desembarca no mercado o novo Uno, a primeira resposta à ofensiva da rival alemã – a segunda será o novo Palio, em 2011.
Ou seja, hoje o paulistano é a maior autoridade do setor automobilístico nacional. E, sendo assim, cria uma expectativa sem igual por mudanças nessa indústria, hoje acostumada a produzir veículos desfasados e compactos.
Ao menos no discurso, Belini foi feliz. Incentivou uma união entre empresas e estado para que aceleremos o desenvolvimento tecnológico nacional a fim de aumentar nossas exportações. Para isso, culpou a falta de apoio do governo em novas tecnologias, a burocracia e os impostos que inviabilizam a venda de veículos nacionais para o exterior. Só faltou lembrar que o brasileiro, mais que ninguém, merece carros melhores, maiores e mais baratos.
Pode ser apenas uma oratória bonita, mas o fato é que o presidente Lula estava lá, presente a sua posse. O recado foi dado, mas precisa ser repetido para os candidatos Serra e Dilma, que receberão em suas mãos o 6º maior produtor de veículos e o 4º mercado consumidor do mundo.