E, para alguns passageiros, deve só atrapalhar, ao sentarem em cima daqueles que ficam mais folgados e “sobrando” no assento. Uma pesquisa da CET revela que apenas 11,2% dos adultos usam cinto de segurança quando vão no banco traseiro. Mas, na frente, esse índice sobe para 92,9%. Olhando a disparidade dos números, chegamos a uma conclusão óbvia e preocupante: o brasileiro não usa o cinto motivado pela integridade física, mas sim para evitar que R$ 127,69 desapareçam da sua conta bancária e sua CNH some cinco pontos no prontuário.
Aparentemente, os passageiros continuam se valendo de conclusões e hábitos totalmente descolados da realidade. O primeiro, menos grave, que agentes de trânsito não enxergam (e se enxergam, não multam) quem vai atrás sem o cinto de segurança. O segundo pensamento, esse sim gravíssimo, que no banco de trás estão protegidos de colisões, já que o encosto do banco dianteiro serviria de amparo (?!) no caso de uma pancada.
Bom, a multa existe, sim, para aqueles que ignoram o cinto de segurança no banco traseiro; e no caso de um acidente, quem está sem o equipamento pode ser arremessado para frente, machucando severamente o ocupante do banco dianteiro. E para este, a proteção do cinto de segurança e a eventual presença de um airbag se tornam inúteis. Ou seja, estar atrás num acidente não é tão menos grave do que estar no banco dianteiro para quem não usa o cinto.
A pesquisa da Companhia de Engenharia e Tráfego ainda mostra que os taxistas são os mais conscientes, já que 99% usam o equipamento. Motoristas de ônibus também estão de parabéns, pois 98% não engatam primeira marcha sem a tal fita preta. No caso de condutores de carro de passeio, o índice chega a ótimos 96,4%.
Atrás ou na frente, cinto de segurança está lá para ser usado.