Quem disse que a GM não tem motor moderno? Câmbio de seis marchas? Freio de estacionamento elétrico? O Captiva agora tem: a linha 2011 do SUV ganhou dois motores com injeção direta de combustível – o V6 até downsizing teve, caindo de 3.6 para 3.0 litros. Já o câmbio de seis marchas virou padrão em todas as versões, e um prático freio elétrico tomou lugar da alavanca no meio do cockpit.
Boas e providenciais mudanças num segmento extremamente concorrido que faz a GM ficar feliz em manter sua participação (em torno de 10%), mas uma constatação clara que a filial brasileira é o patinho feio do grupo, mesmo sendo o Brasil um dos seus maiores mercados mundiais.
Sim porque a Captiva só melhorou porque é feita no México onde a GM precisa ser mais agressiva por conta do mercado norte-americano e onde produzir não é tão absurdamente caro. Porque no Brasil produzir algo mais moderno é sempre um assunto secundário. Comando variável? Transmissão automática com mais de quatro marchas? Suspensão independente? Esquece. Continuamos com remakes de produtos antigos que de novo só ganham nomenclaturas mais chamativas.
A receita, infelizmente, tem se propagado por outras montadoras. A Peugeot fez coisa parecida com o 408. Deu um tapa no visual e botou praticamente os mesmos equipamentos de antes. Se quiser algo um pouco melhor, vai pagar o mesmo que o crossover 3008, um francês que tem powertrain de primeira e vários itens diferenciados.
No caso da GM, o Captiva Ecotec 2011 custa R$ 90.299, veja só, apenas R$ 300 a mais que o Malibu, um sedã, cujo preço geralmente deveria ser bem menor que o de um SUV. Em comum, os dois não trazem a alavanca do freio de mão, mas no Malibu ela fica no pedal, no melhor estilo “picape”.
Mais econômico ou mais veloz
Curioso que o Captiva 2011 tenha ficado mais potente e essa energia a mais não tem se refletido em ganho em todos os sentidos. No caso do Ecotec, o desempenho melhorou. Se antes ele levava 11,3 segundos para ir de 0 a 100 km/h agora faz o mesmo em 10,9 segundos. O consumo, que deveria ter se beneficiado das duas marchas a mais do câmbio e pela tecla Eco, que trocas as marchas numa condição mais amena, piorou segundo os números da própria montadora. Antes o Ecotec fazia 10 km/l na cidade agora faz 9,3 km/l. Certamente, o número anterior foi inflado por eles porque leitores do blog que têm o carro dizem que nunca conseguiram marcas próximas. A revista Autoesporte, por exemplo, tinha conseguido 6 km/l na cidade e agora atingiu 7,3 km/l.
No caso do V6, mesmo o tamanho menor do motor não significou menos potência: são 268 cv contra 261, mas o torque caiu porque não existe muita mágica quando se reduz o volume dos cilindros. Nesse caso, o consumo melhorou – agora o modelo roda uns 200 metros a mais a cada litro consumido, em média. Mas o 0 a 100 km/h leva um segundo a mais.
Enfim, foram mudanças boas e num timing certo, prestígio que os clientes de modelos nacionais da Chevrolet não gozam.
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