Antes de mais nada, me perdoem pela fotomontagem de baixa qualidade. A ideia surgiu hoje e apenas quis conferir se o Agile teria vocação para crossover. Qual a razão disso? A constatação que sua carroceria está mais para “off-road light” que para hatchback. As constantes críticas ao seu design me fizeram refletir sobre suas formas: frente grande, faróis e grades desproporcionais, para-brisa pouco inclinado e vidros traseiros que se recolhem totalmente. Qual minha conclusão? “Sem querer querendo”, a GM criou um modelo que deveria ter nascido rival do EcoSport ou, na pior das hipóteses, um CrossAgile. Não é à toa que uma foto com visual semelhante tenha sido flagrada no departamento de design da GM recentemente.
Sei que vou dar motivo para críticas dos leitores, mas vamos aos fatos:
1 – a frente do Agile é muito, muito alta. São 88 cm até a curva do capô. Só para vocês terem algumas referências, o Ka tem 73 cm e o Sandero, seu rival, 76 cm. É quase o mesmo que o EcoSport, que tem 89 cm até o capô e 94 cm na curva da carroceria. Isso não bate com o perfil de um hatch.
2 – o para-brisa do Agile é pouco inclinado. No momento em que entrei nele me chamou a atenção o estreito espaço do console, coisa comum em carros de desenho antigo como o Gol da 1ª geração ou o EcoSport. Veja nas fotos a comparação com o Fox. A diferença parece pequena, mas não é.
3 – o hatch da GM tem linhas retangulares demais. Isso se deve à economia de manufatura: peças mais simples são mais baratas de produzir. Mas, de quebra, proporcionaram uma característica positiva do modelo. Os vidros traseiros recolhem por inteiro, ao contrário de outros mais esguios. E é coisa de utilitário.
4 – as caixas de rodas são imensas, outro aspecto comum em utilitários. Até as rodas aro 16 parecem pequenas no modelo.
Apenas a coluna C, a última, me parece destoar nessa proposta. O curioso é que o Agile tem mais vocação para crossover e o GPix, o conceito desenhado a partir dele, é mais refinado e ficaria bem melhor que o Agile no papel de hatch, na minha opinião.
Enfim, não queremos aqui novamente ter a arrogância de dizer o que a GM deveria ter feito. São centenas de pessoas envolvidas num projeto e não é uma ilustração grosseira que dirá a verdade, mas que o Agile é um carro de design polêmico, isso ninguém duvida. Não dá para ficar alheio a ele, seja pelo bem ou pelo mal.