Uma coisa é certa. Com todo o respeito aos demais chineses, por enquanto apenas a Chery e a JAC mostraram potencial para se firmar no Brasil. Das demais, falarei mais para frente, mas não dá para levar a sério marcas que “apresentam” seus carros sem tê-los no estande ou que exibem um clone do Mr. Bean para divulgar seu clone de Mini.
Há outras iniciativas sérias, sim, mas bem mais modestas como é o caso da Brilliance, mas vamos voltar às duas marcas mais fortes até o momento. A Chery já é uma realidade e beira mil unidades vendidas por mês, algo que nenhuma outra conseguiu. A JAC se credencia pelo representante Sergio Habib, homem acostumado a vender requinte e luxo.
Mas as duas não terão vida fácil. A JAC, por exemplo, tem como virtude a identidade visual de seus carros. Segundo me disse o designer-chefe da marca, o chinês Lou Tik, “desde o início queremos ser uma marca global e para isso é preciso ter uma cara própria”. A geração que chega no ano que vem – J3, J5 e J6 – pode não ser lá muito atraente, mas tem sentido. O novo J2 é bem melhor e, segundo Habib, o que virá por aí é que o fez escolher representá-la.
Já a Chery deu um passo ousado ao anunciar fábrica no Brasil. Lá ela produzirá o Fulwin e o S18, ambos compactos e de design bem melhor do que QQ e Face, por exemplo. Além disso, haverá um centro de desenvolvimento no país já que a Chery quer produzir utilitários por aqui e adequar seus carros ao gosto do brasileiro. De quebra, o Fulwin chegará em 2011 com motor flex 1.5, o primeiro da China.
Nem por isso elas não cometam deslizes. Habib revelou que foi preciso melhorar diversos componentes, peças e acessórios para tornar os JAC aceitáveis ao nosso mercado. Até isolamento acústico maior foi preciso adaptar. Quem for ao salão e entrar num dos seus carros poderá reparar que as portas fecham com facilidade, coisa que o QQ, por exemplo, tem extrema dificuldade. A JAC, como disse antes, tem uma estratégia muito mais profissional, mas o fato é que os carros chineses ainda têm pontos fracos que só novos projetos podem resolver. O interior do J3 e mesmo do J5 são bem sem graça. Os paineis de instrumentos que o digam.
A Chery, por mais que queira parecer que sabe o que está fazendo, mostra sinais de desorganização. O compacto QQ já e prometido desde o final do ano passado e agora ficou para março de 2011. Luiz Cury, o presidente, disse que o nome Fulwin é oficial para depois corrigir e explicar que alguns países não aceitaram o nome. Perguntamos se o Tiggo receberá a reestilização vista na China e o executivo respondeu que “isso não existe”.
No entanto, a velocidade com que os carros melhoram é impressionante. Quem for ao salão verá que a distância entre alguns modelos é abismal. Você entra em um e acha básico demais, aí pula para outro e já acabamento melhor e itens com bom gosto. Por enquanto, eu prefiro esperar por uma safra bem mais moderna.
boa análise, Ricardo.
Em outros setores industriais, a velocidade do aprendizado dos chineses é tb impressionante. Engana-se aquele que fica tirando sarro dos produtos chineses de baixa qualidade. Em muito menos do que se espera eles estarão como os coreanos estavam há 10 anos. Com carros inferiores, mas já com qualidade. Em 15 anos…
Eu aposto na Chery.
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Leandro Pi :
…Em 15 anos…
15 anos? Em dois anos, não mais, os chineses estarão com presença bem forte aqui, não tenha dúvidas.
Achei até bem-humorada a brincadeira da Lifan, algo do tipo: "Sim, admitimos que nosso 320 é um Mini genérico e, pra completar o pacote, trouxemos inclusive nosso próprio Mr. Bean genérico".
Falando em chineses, gostei do Haima 3 hatch, especialmente de seu interior. Parece que ele é produzido sob supervisão da Mazda.
@John
ah…acho 2 anos muito pouco para os chineses passara de porcarias para porcarias mas confiáveis, para depois virar apenas confiáveis, para se transoformar em interessantes e, por fim, em desejo de consumo. Esse foi mais ou menos o caminho das coreanas nos últimos 20 anos.
Lembra do Hyundai Excel em 1993? Pra mim ele estava no estágio "porcaria confiável".
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Leandro Pi :@John
ah…acho 2 anos muito pouco para os chineses passara de porcarias para porcarias mas confiáveis, para depois virar apenas confiáveis, para se transoformar em interessantes e, por fim, em desejo de consumo. Esse foi mais ou menos o caminho das coreanas nos últimos 20 anos.
Lembra do Hyundai Excel em 1993? Pra mim ele estava no estágio “porcaria confiável”.
Vc está certo, acho mesmo que daqui há uns 12 ou 15 anos os chineses estãrão em outro nivel, agora eu gostei muito foi do fulwin 18 e do sedan, mas uma coisa é certa, a CHERY e a JAC, não estão para brincadeira, e vem forte nos proximos anos!
Os Chineses são o oposto do carros japoneses dos anos 90, os japas eram bem acabados, modernos, economicos, tinham desempenho bom, não davam defeito… mas eram muito mal equpados, tinha versões do Corolla que não vinham nem com toca-fitas, agora vem uma penca de carros chineses de qualidade duvidosa, reprovados pelo Euro NCAP (ou que fugiram dele), cheio de acessórios e penduricalhos por um preço baixo. Nosso mercado virou uma farra do boi para os fabricantes de todo o mundo
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Eduardo Cl :Os Chineses são o oposto do carros japoneses dos anos 90, os japas eram bem acabados, modernos, economicos, tinham desempenho bom, não davam defeito… mas eram muito mal equpados, tinha versões do Corolla que não vinham nem com toca-fitas, agora vem uma penca de carros chineses de qualidade duvidosa, reprovados pelo Euro NCAP (ou que fugiram dele), cheio de acessórios e penduricalhos por um preço baixo. Nosso mercado virou uma farra do boi para os fabricantes de todo o mundo
Concordo, os chineses estão seguindo por um caminho diferente. Estão oferecendo perfumaria antes de oferecer qualidade e robustez. Talvez seja o que o mercado, em especial o peculiar mercado brasileiro, pede. É um caminho arriscado, pois uma vez que se adquire fama de produto confiável, é mais fácil oferecer complementos. Mas, uma vez que a marca fica conhecida como provedora de produtos de baixa qualidade, muitas vezes só uma reinvenção, um relançamento da marca é capaz de apagar tal percepção.
Concordo com os 2 anos falados pelo John, alias em nenhum momento ele falou em qualidade igualada as demais, somente disse de uma invasão generalizada e isso certamente ocorrerá. Aos que repararam bem, como a maioria dos que comentaram, havia cerca de 8 marcas chinesas diferentes, onde é claro, chery e jac se destacaram e se mostraram mais preparadas para enfrentar as concorrentes locais. Achei o design um pouco melhor (em alguns modelos) do que antes, porém o nivel de acabamento ainda não é bom, onde quem pôde reparar em detalhas, viu linhas de fechamento de plasticos com rebarcas excessivas, materiais de interiores asperos, folgas entre elementos excessivas e irregulares, calhas do teto com ondas maiores do que do hawaii, dentre outros. O preço será o elemento chave para a invasão se concretizar, pois infelizmente os brasileiros vão esquecer da qualidade e segurança.
@Eduardo Cl
Montadoras não fogem dos testes dos institutos "NCAP" (Leia-se Euro, Latin e C). Os carros são comprados em uma concessionária aleatória, onde quase tudo no carro é escolhido de forma aleatória: Cor, versão, acessórios de conforto… Levam os carros para os laboratórios de testes, colocam os dummies (bonecos), sensores, câmeras e crash! Daí vem o resultado. A montadora só sabe quando o resultado dos testes são divulgados.
Ah, e os institutos "NCAP" não aceitam carros cedidos por montadoras para realização dos testes. Os motivos são óbvios.
Sem dúvida, JAC e Chery devem dominar nos chineses. Mas, fui ao Salão do Automóvel em SP e gostei da marca Haima, representada pela Districar que também importa a Chana e a coreana Ssangyong. A qualidade construtiva e o acabamento interno dos Haima apresentados eram, no mínimo, iguais ou superiores aos JAC e Chery. Vale acrescentar que a Haima tem tecnologia japonesa da Mazda. Não gostei da Chana, apesar do bom design. O acabamento da carroceria estava desalinhado (tampa do porta-malas e portas)e o acabamento interno era de material inferior. Outras marcas como a Lifan, Brilliance, Hafei e Jinbei, e em especial a Effa, acredito que devem desaparecer do mercado, não somente pela má qualidade dos carros, mas pela ridícula rede de concessionárias(?), sem estrutura e tecnicamente incapazes. Acredito que os carros chineses se equipararão em qualidade aos nacionais daqui há cinco anos. Porém, sem uma rede estruturada e um pós-venda eficiente, dificilmente o preconceito dos brasileiros será vencido.
Lendo os comentários dos amigos a respeito da má fama que tem o "produto chinês", me faz lembrar o início da produção da FIAT no Brasil, especialmente do 147. Na época se dizia que o Fiat não podia "ver chuva" que já parava, isso porque qualquer "aguinha" já molhava o destribuidor. E a "desgraça" ocorria justamente na hora da chuva, o que era um agravante que aumentava ainda mais sua má fama.
É bom lembrar, que nenhum dos "populares" feitos no Brasil passou nos testes de colisão realizados há poucos meses atrás, na Europa.
Não há muito o que comemorar diante das "carroças" que ajudam a matar perto de 40.000 pessoas no Brasil todo os anos. Isso não é DETALHE, isso é muito mais importante que rebarbas, portas que não fecham muito bem e plásticos mal encaixados. Se os DONOS da imprensa estivessem comprometidos com os brasileiros e a mídia em geral não estivesse de "rabo preso" com as montadoras, seus anunciantes, os resultados desastrosos desses testes teriam uma repercussão digna da gravidade que representam.
Gostaria de informacoes sobre o lifan 620….vc sabe alguma coisa ruim?
estou pra comprar um….obrigado
@rodrigo Rodrigo, eu comprei um lifan 620 e acho que sera um bom carro. com um otimo custo beneficio. temos que acreditar nas novas empresas, assim como a toyota e outros importados que vieram para o Brasil, nimguem acreditava e media o malho. me parece um bom carro fiz o teste drive e gostei muito.