A jornalista Cleide Silva, do jornal O Estado de São Paulo, publicou esta semana uma história que pode jogar luz sobre uma situação cada vez mais misteriosa, a provável saída da CAOA da representação da Hyundai no Brasil. Não é segredo que a montadora coreana já começa a botar os pés aqui para valer – a fábrica de Piracicaba é obra sua e o modelo que será feito lá, um provável sedã compacto inédito, é desenvolvido exclusivamente por ela sem a participação do grupo brasileiro. Mas e como ficará a CAOA quando essa fábrica estiver pronta?
A unidade de Goiás, investimento dela, não se compara ao projeto do interior de SãoPaulo. Em Anápolis, o HR e agora o Tucson têm índice de nacionalização baixo e muitas partes vêem da Coréia em regime de CKD. Carlos Alberto de Oliveira Andrade, o nome por trás da sigla CAOA, certamente deve estar preparado para sair de cena quando a Hyundai resolver se instalar oficialmente aqui. Ele foi o primeiro representante da Renault no Brasil e até pouco tempo atrás brigava com a montadora francesa por ter sido excluído dos negócios de maneira unilateral.
Talvez prevendo isso é que o empresário está a caminho da China para negociar a representação da BYD, marca chinesa considerada a mais promissora do país. A BYD tem como acionista nada menos que Warren Buffet, o maior investidor do mundo e sua sigla não tem nada de chinês – “Build Your Dreams”, ou Construa seus Sonhos, em português.
É essa a revelação da matéria do Estadão. CAOA teria sido convidado pelo dono da BYD, Wang Chuanfu, o homem mais rico do país. Segundo o artigo, Andrade viaja com um engenheiro para avaliar o F3, um sedã clone da geração anterior do Corolla – como se vê, até a BYD aprontou das suas no passado.
O modelo que interessa mesmo é o e6, um elétrico de desenho próprio capaz de rodar 330 km e que custará bem menos que seus pares – Chuanfu, além da BYD, domina a melhor tecnologia de produção de baterias de lítio, a alma dos carros híbridos e elétricos (e dos celulares também). Pensando assim até a que a Hyundai já não parece o melhor negócio do mundo mesmo.
A CAOA já trabalho com outras marcas no passado, não?
É a CAOA que estraga a fama da Subaru e da Hyundai , que fazem carros bons mas as autorizadas nao sabem vender carros (o caso do i30 comprova isso)
sim, se estou certo foram Renault, Subaru, Hyundai além de revendas Ford. Agora interessante o trecho que fala que a fabrica da CAOA nao tem nada a ver com a marca Hyundai, sendo semelhante a produção dos utilitários da Mitsubishi no Brasil, que são montagens licenciadas. Estaria o Sr. CAOA pensando em montar sedans da BYD em sua fábrica???
@Eduardo
Amigo, o i30 é sucesso de vendas, 60 dias de fila de espera, vende maide 1000 unidades por mês, mais que os "queridinhos" nacionais: Astra, Vectra GT, Golf e Stilo.
Moro na fronteiro do Brasil com o Uruguay, aqui o BYD é importado pela toyota, é uma maravilha de carro, e sai por 12,000 dolares.
Eu trabalho na fabrica da caoa em Anápolis. O sistema é o seguinte, a caoa compra todas as peças da hyundai, dos parafusos ao motor, e depois monta os carros de acordo com os padrões, características e qualidade propostos pela hyundai. O que chamamos de regime CKD. Ou seja a CAOA funciona como uma franquia. Os carros são feitos sob um rigoroso processo de qualidade. A marca exige assim em suas auditorias anuais. Mas o sistema da linha de montagem ainda é rústico com autamatização apenas na pintura. A soldagem e montagem são 100% manuais. Este ano já estamos produzindo o caminhão de 7,8 toneladas HD 78. E engenheiros ja estão perambulando pela fábrica para a realização das mudanças na linha para a produção do belíssimo Ix35 previsto para ser montado no ano que vem. Entendido? Abraço a todos!
O Brasil é mesmo o grande trouxa do mundo. Todo mundo está ganhando dinheiro e empregos a nossa custa, e o empresário brasileiro não é capaz de fabricar carros nacionais. Isto aquí é uma mamata. Estamos sustentando todo mundo, enquanto a maioria do nosso povo permanece na miséria. Consumimos mais carros que a Alemanha, porém quase tudo está nas mãos de estrangeiros. Mandamos em 2011 US$5,6 bilhões de divisas pras matrizes, fora os cerca de R$100 bilhões gastos com carros importados. Imposto nessa cambada. Devemos feixar o mercado e obrigar a produzir aquí dentro. Acorda Brasil !