Não é nenhuma novidade para os leitores do Blogauto que o Brasil está perdendo a preferência pelo desenvolvimento de novos veículos, sobretudo os mais sofisticados. Vimos alertando isso há tempos e o artigo publicado pelo jornal O Estado de São Paulo só confirma o óbvio.
Como o leitor Comanche comentou em outro post, agora a Índia tem sido apontada como novo centro de desenvolvimento das montadoras, tirando inclusive projetos que naturalmente seriam feitos no Brasil. Quer um exemplo? O novo Polo, que mudou para lá enquanto nosso país continua a produzir o velho.
Mesmo sendo o 4º maior mercado do mundo, o Brasil a cada dia que passa perde preferência devido aos altos custos de produção, a burocracia e, porque não, a falta de transparência das montadoras estão aqui, que não tem seus resultados publicados. Com isso, fica fácil cobrar caro pelos seus produtos e culpar os outros.
Enfim, essa combinação perigosa está transformando nosso país num mercado de 5ª categoria, só preocupado em fazer veículos simples. E até esses andam ameaçados – a Nissan preferiu montar o March no México mesmo sendo o Brasil seu maior mercado.
Nos últimos meses, perdemos os médios da Renault, da Peugeot/Citroën, da Volkswagen e até o New Fiesta, um compacto, foi parar no México. As poucas exceções são os carros da Honda, Toyota, GM e Fiat. Quem sabe a chegada da BWM não inverta esse quadro.
Caro Blogauto, obrigado pela citação.
A situação é de extrema alerta!
O governo e legislativo federal, não faz as alterações definitivas nas leis trabalhistas (No Brasil, até a presente data não existe um código do trabalho, somente uma Consolidação das Leis trabalhistas), não faz a reforma tributária (organizar a cobrança, diminuir os tipos de cobranças e baixar o percentual), não desburocratiza o país, não organiza as questões ambientais relacionadas ao setor, não impõe normas de poluentes e segurança iguais ocorrem na Europa e Eua (o que faria as montadoras a investir em melhor mecânica e segurança), não organiza o sindicalismo de toda a indústria e ainda dá benésses para México e Argentina com alíquota 0 de I.I.
Da maneira como as coisas andam, a Argentina que a 5 anos atrás possuia uma produção menor de +/-400mil veículos e já está em +/- 1milhão de autos, passará juntamente com o México que possui os Eua e Canadá como compradores, além do presenteador brasileiro de I.I.
A 4Rodas, em uma edição deste ano publicou a informação que em 2012 (ou seja, ainda lá na frente), receberemos o novo Polo, porém novo Polo versão brasileira e "meia", igual ao Polo Viva da Africa do Sul, o que dá por idéia que o novíssimo Polo Europeu e Indiano, se vier, será lá para 2015.
Inclusive, a nova Touareg e novo Passat, já são vendidos mundo afora, inclusive no Chile como importados e no Brasil, ainda não são vendidos.
Os governos Estaduais e legislativos Estaduais, também deveriam fazer o dever de casa em seus Estados para acabar com a briga do ICMS e evasão de tributos com a diferença de IPVA, mas não organizando e balizando pelos valores maiores que são de São Paulo, mas sim pelos valores menores.
O Governo Federal, baixou uma norma nesta semana que aumenta o valor percentual de outro tributo que é o IOF para operações com cartão de crédito internacional. O valor anterior era de 2,38% e agora "pasmem" é de 6,38%. Isso significa que, o internauta antenado com o Ebay, com o Alibabá Express, Amazon e etc, ao comprar seu Ipad 2, sua Pólo Abercrombie, seu Vaso de Porcelana da China e etc, terá um rombo maior no Cartão de Crédito Internacional provocado pela política do governo federal através do aumento dos impostos. E se não me engano, o IOF com nova alíquota também vale para quem estiver viajando para fora do Brasil e usar o Cartão de Crédito.
Num país, onde até a Copa do Mundo ainda não está definida, por ainda não saber sobre o Estado que abrirá a Copa, … o Estado de São Paulo não ter ainda um estádio para a Copa, a infra-estrutura dos Aeroportos, Hotéis e todos os estádios estarem atrasados (salvo raras excessões), sofrendo o risco de perder a Copa de 2014 para Londres, que possui os estádios já em condições de receber uma Copa do Mundo, mostra o quanto as coisas são negligenciadas aqui.
Mas nesse marasma, nesse mar de desorganização e falcatruas existe duas boas coisas.
A 1ª – Se nascemos Estadunidenses, estaríamos convocados para as Guerras (excessão as gatinhas) e,
2ª – Somos P-e-n-t-a – Campeões e,
3ª – Essa é para poucos, mas é a melhor de todas. Temos o melhor goleiro artilheiro do planeta. Rogééériooo Ceni.
O brasileiro está peocupado com os desorientados sexuais do BBB!!!
@Comanche
hahaha.
Concordo!
Realmente ser sãopaulino é uma das poucas coisas que dá alegria no Brasil, além de ir a praia quando a estrada não está lotada.
Vejamos só os efeitos da globalização, no que tange à industria automobilística brasileira: como o mercado de automóveis no Brasil era fechado, as empresas do ramo se viam obrigadas a produzir aqui diferentes linhas de veículos, destinados a diferentes tipos de público. Assim, víamos produção de Opala e Omega a corsa (GM), Santana a Gol (VW), Tempra a Mille (FIAT) etc. Carros defasados, do ponto de vista de segurança e tecnologia, embora alguns até conseguissem equiparar-se a seus pares no exterior (como o Opala, no seu lançamento, Tempra e o Vectra).
O tempo passou, o Brasil fez acordos comerciais de livre comércio (Mercosul, México)e o resultado: continuamos a produzir carros defasados tecnologicamente – carros de base antiga travestidos de novos (vide Celta, Vectra atual, Gol G4, Sandero…). Com um agravante: como o post em questão exemplifica, cada vez perdemos projetos para outros países, tanto na concepção (Coréia, Índia) quanto na produção (Argentina, México). Hoje no Brasil, carro com tecnologia e com maior porte só importado. E tem gente que torcia, na época, o nariz para o Opala e cia…
Apesar de tudo, como apaixonado por carros que sou, não perco as esperanças do Brasil ter sua própria marca de carros. Acho que a CAOA (apesar das críticas que merece) e agora o empreendimento de Eike Batista no RJ poderão representam o embrião dessa realidade. Abcos a todos.
@Kilder
Resposta maravilhosa. BINGO!
Não se surpreendam se a BMW optar pela Argentina. Aproveitando baixos custos, baixa tributação e exportando para o nosso mercado.
@Leandro Pi
E que alegria! É alegria para dar e vender. Rsrs.
Abs companheiro de torcida.
@Gregorio
Concordo Gregorio.
Se me permite complementar, gostaria de fazer uma pequena crítica ao acordo comercial com o México precisamente.
O México não é um país irmão mesmo estando distante como é Portugal. O México não é um país irmão como são nossos irmãos sulamericanos pela fronteira ou proximidade sem fronteira como é o Chile.
O México leva vantagem significativa nesse acordo. Pois o Brasil não é um país a ser ignorado pelas montadoras, e ter a mão de obra barata do México para produzir em grande escala para atender a demanda Canadense e principalmente Americana "do Norte" e ganhar de lambuja um Brasil em comércio com fronteira livre em tributo do I.I. é uma benésse.
Para se conseguir o visto mexicano de turismo por parte de brasileiros, é necessário uma série de exigências comparáveis com as exigências do consulado americano. Porém, se o turista tiver o visto americano, poderá conseguir o visto mexicano diretamente sem maiores exigências.
Ai eu pergunto.
Se somos próximos do México ao ponto de fazermos negócios de pai para filho ou filho para pai com eles, porque não confiam no brasileiro que quer fazer turismo no México. Para entrar nos países da America do Sul, o Brasil não precisa de visto e nem sequer necessita de passaporte, precisa apenas ter um RG com emissão a menos de 10 anos.
Esse acordo automotivo desfavorece totalmente o Brasil, pois as montadoras querem o Brasil e também querem os Eua, e para isso o México é o destino privilegiado em detrimento da produção, divisas, empregos, renda… para nós brasileiros.
Um grande culpado por isso são os sindicatos que só se preocupam com o salário e férias dos metalúrgicos, mas não cobram o governo que os representa, inclusive com um Ex-presidente metalúrgico.
Abraços tbém.
Comanche, vc tocou num assunto que é o mais grave de todos: sindicato dos metalurgicos! essa é a pricipal praga que trava o desenvolvimento do país em varios segmentos e não só o dos automoveis, pq recentemente, a renault queria levar a produção do clio para a turquia(se não me engano foi esse país), e esse assunto removeu todo sindicato especializado e inclusive o sarkozy no caso, obrigando a renault, a demover essa ideía , pq iria tirar o emprego dos franceses.E acredito que não é só o custo-Brasil um dos entraves, e sim uma maior mobilização dessa categoria que fica só pensando em mamar nas tetas do governo e se preocupando quase que exclusivamente com o aumento da contribuição sindical, portanto saída tem sim, basta uma força de todos,( igual ao povo do egito )para reverter essa situação.
NADA QUE UMA LIBERAÇÃO GERAL DAS IMPORTAÇÕES, INCLUSIVE DE CARROS USADOS, NÃO RESOLVA.
Só no Brasil: carro é tratado como patrimônio enquanto que no resto do mundo é "apenas" bem de consumo, o que faz toda a diferença quanto a custos, tributos e preço final… ou não.
Quanto aos impostos, tudo bem se fossem bem aplicados. Por isso eu não movo uma palha contra o contrabando. Se eu puder comprar burlando os impostos, sempre farei. O problema é que carro é um pouco grande pra trazer escondido, né…