Recalls à parte, é bom lembrar como o Gol G5 é superior ao G4. Nesta quinta-feira, tive a oportunidade de voltar a encontrar a última “geração” do Gol original e constatar que ele durou demais até. Pode ser resistente, confiável, mas é desagradável de dirigir: câmbio duro, impreciso, volante torto e espaço interno reduzido e desproporcional.
Mas o assunto aqui é outro. A Volkswagen quis combater a série Economy da Fiat com um modelo capaz de oferecer algum desempenho sem beber combustível na mesma proporção.
A receita, como dissemos, é quase um Bluemotion: diferencial alongado e pneus Bridgestone ecológicos. Com perfil 165/70 R13, ele são mais estreitos e geram menos arrasto que os normais. Para dar o resultado esperado precisam estar duros, muito duros – 39 PSI na frente e 32 atrás. Os amortecedores foram recalibrados para compensar esse desconforto natural.
Além disso, o Ecomotion vem com um minúsculo marcador de consumo instantâneo no painel. Afora o fato de o G4 ser um carro ruim de dirigir, as mudanças parecem ter reforçado essa sensação por mais que a VW tenha tentado compensar isso. O carro é ruidoso na estrada, o que nos faz lembrar que os Bluemotion trabalham também o aspecto aerodinâmico, aqui prejudicado.
Segundo o marcador, andamos quase o tempo todo com média de 20 km/l e de acordo com a VW o Gol Ecomotion faz média de 18 a 20 km com um litro de álcool e 24 km com um litro de gasolina. Os números serão fornecidos daqui a pouco, na coletiva de imprensa.
A promessa é de gastar menos 10% de combustível, o que, no fim de um ano de uso, deve compensar o sofrimento com um modelo bastante rude. Assim esperamos.