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Avaliação: Peugeot 308 é apenas para fãs do 307

Peugeot 308: mesmo com o visual atualizado, hatch ainda lembra demais o 307 (foto: iG/Guilber Hidaka)

Era 2002 e trabalhava na revista Carro. Lembro que aguardei ansioso pelo primeiro contato com o Peugeot 307. Ainda francês, o hatch médio prometia mexer com um segmento que era dominado pelo Golf e pelo Astra – o Focus, embora meu preferido à época, não passava de coadjuvante no mercado. E o modelo francês não me decepcionou: tinha um interior esmerado, espaço interno generoso, um bom motor 2.0 e um visual impecável que ainda se beneficiava do sucesso do 206.

Mas o tempo passou e o 307 ficou lá em 2002. A direção, hidráulica, ficou pesada para o padrão atual, o motor ainda faz sua parte, mas é órfão de câmbio, e o visual, mesmo com a atualização de 2004, já deu o que tinha que dar.  O que se deveria esperar da Peugeot, então? Um novo carro, mas a montadora preferiu apenas corrigir alguns problemas crônicos – como a suspensão dura e desconfortável – a partir para algo realmente inédito. Pior é que o 308 – essa tal evolução – chegou tarde no Brasil.

Se meu contato com o 307 em 2002 foi surpreendente, a primeira volta no 308 1.6 Active foi a famosa sensação de déjà vu: já dirigi um carro que tem esse comportamento. Ou seja, só recomendo o 308 para os fãs do 307. Estão lá a mesma suspensão dura, o câmbio de trocas um tanto lentas, o espaço interno e o visual felino do passado, mas com a atualização recebida na Europa em 2011.

A traseira pronunciada e as saídas "fictícias" do escapamento já ficaram passadas (foto: iG/Guilber Hidaka)

Uma pena. O 308, se ainda guarda pontos positivos do 307 poderia ter abandonado os defeitos deste. Uma direção elétrica e um câmbio mais ágil ajudariam muito. A suspensão, então, poderia ser um pouco mais confortável, mas em vez disso a sensação é que a Peugeot se preocupou apenas em melhorar o isolamento acústico para que o som da batida seca pareça distante.

A versão 1.6 traz um motor muito bom, com 122 cv, mas que sofre com um escalonamento ruim. A montadora concentrou o torque nas duas primeiras marchas para dar agilidade ao hatch e prejudicou o resto. Internamente, você nunca esquece do 307 na hora de trocar as estações de rádio no comando satélite, quando liga o ar-condicionado ou ao ver as informações do computador de bordo.

Mais do mesmo: lay-out novo, mas elementos idênticos aos do 307 (foto: iG/Guilber Hidaka)

Preço bom

Se não enche os olhos em matéria de novidade, ao menos o 308 1.6 é acessível. Por R$ 53.990, o Active traz um pacote respeitável com ar-condicionado, direção assistida, duplo airbag, ABS, trio elétrico, rodas de liga aro 16, computador de bordo e comando satélite no volante. A Chevrolet, por exemplo, preferiu colocar o Cruze hatch numa faixa de preço R$ 10 mil superior, apesar dos itens extras.

Veredicto

O blogueiro não compraria o Peugeot 308 hoje. Com a iminente chegada do novo Focus e da segunda geração do i30, vale a pena esperar para ver o que eles trarão, ainda mais que Ford e Hyundai costumam ter versões mais baratas.

O espaço generoso continua a ser um dos atrativos do 308 (foto iG/Guilber HIidaka)

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