O boato que a Honda teria um motor 2.0 no Civic surgiu na época do lançamento da nova geração, mas só agora se transformou em realidade. A marca japonesa preferiu deixar a novidade na manga para uma situação de emergência, coisa que a indústria costuma fazer. Acontece que a urgência chegou logo. Lançado no começo de 2012, o Civic de 8ª geração não conseguiu bater o Corolla, coisa que seu antecessor obteve.
Agora a linha 2014 do sedã médio tem essa ingrata missão. Além do motor 2.0 nas versões LXR e EXR (sucessoras das LXL e EXS), a versão de entrada LXS ganhou câmbio de seis marchas. O Civic, no entanto, ainda fica atrás do Toyota em matéria de opções: o Corolla oferece sete versões contra quatro do Honda. Ao menos a briga entre os top de linha se equivaleu. Aliás, o Civic agora é mais potente nominalmente, com 155 cv usando etanol contra 153 cv do rival. Mas o torque pulou para 19,5 kgfm contra 20,7 kgfm, ou seja, menos que o Corolla.
Veja também: Honda CR-V 2014 terá motor flex do Civic 2.0
No papel
O problema é que os 15 cv e 2 kg de torque a mais pouco mudam o desempenho no dia a dia, claro, depois de um curto test-drive. Há, sim, um pouco mais de vigor em retomadas e o ruído a bordo parece um pouco menor, mas nada que torne o Civic 1.8 um nitidamente carro fraco. Estranhamente, a Honda preferiu restringir a opção de borboletas no volante para a versão EXR nesse geração, uma pena.
Por outro lado, o Civic 2.0 recebeu o sistema Flex One, que dispensa o tanquinho de gasolina para partidas a frio. É a mesma solução adotada pela Peugeot e deve se estender a quase todas as marcas num futuro breve. O interessante no caso da Honda é que a chave do Civic aciona o pré-aquecimento do etanol assim que o carro é aberto. Só faltou levar a novidade para o Civic 1.8. Em outras palavras, se você quiser diferenciar um Civic 1.8 e de um 2.0 nas ruas é só olhar para o para-lama direito dianteiro. Se tiver bocal é 1.8.
Atrasada em relação às rivais em matéria de conexão Bluetooth, a Honda resolveu equipar todos os Civic com o recurso, acionado por meio de botões no volante.
Em busca da liderança
Com essas novidades, a Honda mira a liderança do segmento o que, partindo de japoneses, é até muita ousadia. No ano passado, o Civic até vendeu mais que o Corolla em alguns meses, mas não chegou nem perto de ultrapassá-lo. Em janeiro deste ano, a disputa continua desequilibrada, com o Corolla muito à frente. Pelo que parece, a Honda vai precisar de outras cartas na manga para bater o concorrente nipônico desta vez.
Confira a página oficial do BlogAuto no Facebook.