A Audi resolveu mostrar seu novo crossover Q3 antes da hora para poucos jornalistas brasileiros. O evento na Suíça contou com a participação do Estadão, UOL e Folha. E foi esta última que revelou que o modelo estará no Brasil em 2012, mais precisamente em fevereiro com preço na casa de R$ 140.000.
Sim, ele vai dar de cara com o X1, da BMW, hoje o mais vendido automóvel da marca alemã no Brasil. E com sobras. Vejam o ranking deste ano até junho. O X1 já emplacou 2.200 carros, bem mais que o Série 3, o segundo colocado.
Não é à toa que a Audi precisa trazer logo o Q3. O crossover começou a ser fabricado este ano na unidade da Seat na Catalunha, Espanha. Mas, segundo o jornal, não terá versão simples como o X1. Todas elas terão tração integral e motor 2.0 turbo com injeção direta em duas versões de potência e torque – 175 cv e 214 cv.
A estratégia vai de encontro com o que Paulo Sérgio Kakinoff, presidente no Brasil, definiu anteriormente: a Audi só terá modelos premium. Ou seja, nada de versão pelada.
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Por causa da estratégia da Audi ou do Paulo Sérgio Kakinoff, é que a mesma patina nas vendas. Carros bem mais caros (apesar de mais potentes também) que BMW e Mercedes.
Audi vendia bem quando fabricava o A3 antigo e o mesmo era o carro da classe média, hoje com carro acima dos R$ 100 mil, e havendo Mercedes e BMW mais em conta, o público prefere os 2 últimos.
Ricardo Jr, desta vez vou descordar de vc. A estratégia do Kakinoff me parece correta pq ele está pensando no longo prazo, que é o grande apelo das marcas premium: tradição e qualidade. Lembra que a BMW sofreu uns bons anos depois que a Regino Import popularizou a série 3? A Audi e a Mercedes vendiam 10 vezes mais que esta. A Audi tb sofreu com a popularização do A3 nacional e acho que ele detectou isso. Hj a Audi pode vender (bem) menos, mas acho que vai conseguir manter uma aura de exclusividade por mais tempo. Afinal, quanto custará um X1 2.0 daqui a 4 anos? 50 mil? R$ 40 mil? Daí vai ser uma debandada geral da marca, pois a turma dos Jardins não vai querer a mesma marca da turma de Osasco. Eu sei que esse movimento é meio ridículo, mas no Brasil o pessoal compra as coisas muito mais para aparecer do que por gostar realmente de um modelo (ou marca) específico. Sem falar que, como nós discutimos muito nos últimos dias, a margem das importadoras é excelente e dá muito bem pra se dar bem vendendo menos A4 por 140 mil do que vendendo mais Classe-C por 105.
Concordo com o seu ponto de vista, que Kakinoff está querendo exclusividade e prestígio e não volume de vendas, mas eu imagino que para qualquer empresa de carros, o importante seja o volume, caro que existem excessões como Ferrari, Lamborghini, Rolls-Royce, Bentley, Aston Martin… mas estas últimas tem volume de produção limitado o que até as ajuda, dando sobre-preço nos seus modelos e aumentando ainda mais a briga para adquirí-los.
A Audi faz parte do grupo VW e esta quer ser a maior do mundo, então o volume de vendas será importante… além do que eu penso que um Audi não tem o prestígio de uma MB ou BMW mesmo custando mais caro, seja aqui, nos EUA e em alguns outros países, talvez um ou outro carro dela seja referência e ícone de desejo como um R8, mas de modo geral seus carros não tem tanto prestígio e a estratégia de Kakinoff de querer explorar isso ou dar prestígio aos carros, pode ser a errada.
Eu sou mais um A4 de 183 cv ou 214 cv (e até pelo entre-eixos maior) do que uma MB Classe C ou um BMW Série 3 de 156 cv, mesmo pagando a mais por isso, o problema é como citado por você mesmo, muita gente compra para aparecer, então nesse caso não estão interessados na mecânica, e preferirão aparecer em marcas de mais tradição como MB e BMW e que por ironia do destino estão saindo mais em conta que um Audi, ou seja, vão aparecer e gastar menos para isso.
Eu que compro um carro pelo conjunto da obra, me sentiria frustrado com um Classe C ou um Série 3 com o mesmo desempenho de um Corolla ou Vectra, desempenho este que em um A4 2.0 TFSi é muito superior.
O post anterior foi um contra-ponto para a opinião dada pelo Leandro Pi.
Ricardo, é verdade, mas o volume que a Audi precisa é garantido pela China, EUA e outros países que estão consumindo Audi feito loucos. A marca nem consegue atender todos os pedidos (assim como Huyndai e Kia), então o movimento é um só: cobra caro onde dá (Brasil) para ganhar na unidade e não no volume pq se fosse para cobrar menos e ter mais volume, ia faltar ainda mais carro!