Para quem não sabe, a Abeiva é a associação das marcas importadoras de veículos. Seria uma espécie de “Anfavea” de quem não produz carros no Brasil. A entidade já teve mais representatividade, sobretudo em meados da década de 1990 quando muitas marcas chegaram ao país e não tinham fábrica por aqui. Era o caso da Renault e Peugeot, por exemplo.
Quando houve o boom de investimento no Brasil até marcas como Land Rover passaram a produzir algum veículo no país, o que permitia que entrassem na Anfavea, a associação dos fabricantes, que tem um lobby fortíssimo em Brasília.
A Abeiva, ao contrário, tenta em vão facilitar a importação dos carros para cá, uma proposta que não encontra muita simpatia no governo, mais preocupado com empregos nas montadoras. Por isso, hoje temos uma alíquota de importação abusiva de nada menos que 35%. O efeito contrário é que sem a concorrência de importados, que chegam mais baratos ao país na maior parte das vezes, a indústria nacional não otimiza a produção e o governo não precisa reduzir os impostos para tornar nossos carros competitivos.
Agora a Abeiva ganhará o reforço da Audi em seus quadros. A marca alemã, presidida por Paulo Kakinoff (foto), fará parte da associação a partir de janeiro e quer cobrar do governo uma mudança na tal alíquota de importação. Em vez uma porcentagem única, valores diferentes, dependendo do segmento. Esperemos que eles consigam algum resultado.