A discussão a respeito do alto preço dos carros no Brasil levantada pelo jornalista Joel Leite rendeu. E como. Suas reportagens foram publicadas pela revista Autoesporte e pelo UOL Carros além de replicadas e comentadas por vários blogueiros, jornalistas e leitores. Não era para menos: seja lá por quais razões – que só as montadoras sabem exatamente -, o consumidor brasileiro já há muito tempo paga um preço extremamente injusto por um produto importante, sobretudo num país que não oferece alternativas de transporte coletivo no mínimo decentes.
Estou no setor há dez anos e não me lembro de ver um jornalista especializado ter dito com tanta clareza que há algo de estranho nessa composição de preços que as marcas de carros adotam no Brasil. Já vi abordagens das mais variadas, inclusive algumas minhas como uma matéria na revista Carro há alguns anos em que fiz um paralelo com o “Índice Big Mac” utilizando o Logan. Assim como o famoso lanche também o sedã da Renault/Dacia é vendido em vários mercados do mundo, além de ser produzido em diversas localidades. Não é preciso dizer que o Logan brasileiro é de longe o mais caro do mundo – não lembro agora os números exatos, mas em mercados como França, Romênia, Rússia, Índia, Argentina ou Colômbia o modelo custava o equivalente a pouco menos de R$ 20 mil e aqui, obviamente, beira os R$ 30 mil sem muitas vezes oferecer o mesmo que seus irmãos estrangeiros.
Sem dúvida, o maior mérito das reportagens do Joel foi conscientizar muita gente a respeito desse abuso. Segundo o colega jornalista, foram mais de 700 mil visitas no blog. Multiplique isso pelo boca a boca e mais os leitores de outros sites como o Blogauto e temos um universo bem grande capaz de causar um pouco de embaraço nos executivos e burocratas que determinam essas injustiças. É essa a função do jornalista: revelar fatos importantes e conscientizar o público e esse trabalho é demorado o que significa que o assunto “carros com preço alto” precisa se manter vivo até que produza algum resultado prático, afinal há muita gente hoje pagando valores absurdos por veículos no Brasil e achando isso absolutamente normal. Assumindo financiamentos com dezenas e dezenas de parcelas e pagando na prática três a quatro vezes o valor do bem, sem falar que até lá ele valerá menos que a metade do preço à vista.
O mais curioso em tudo isso é o silêncio do governo e das montadoras. Não vi nenhuma contestação ou vontade de esclarecer essa discrepância nos preços cobrados aqui se comparados a outros países, além do discurso tradicional: “câmbio, insumos, impostos etc”. Não duvido que tudo isso influencie mas é óbvio que há mais coisas aí. Nesta quinta-feira pretendo publicar um artigo no iG Carros que mostra que os valores cobrados pelo modelos Civic e Logan no Brasil são muito mais altos que em países desenvolvidos, nos outros BRICs ou mesmo em nossos parceiros México e Argentina. E detalhe: valores absolutos em dólar.
Mais: quando projetamos quanto representa o valor desses carros no ganho médio de cada pessoa desses países, o chamado “PIB per capita”, o brasileiro é o que mais leva tempo para quitá-lo. Digo isso porque o motivo para produzir tal artigo veio da última coluna publicada pelo jornalista Fernando Calmon.
Assim como Joel Leite, Fernando Calmon é um dos mais respeitados jornalistas do setor e confesso respeito e admiração pelos dois, com longos anos de estrada. Mas ver a coluna de Calmon ontem me surpreendeu. Em vez de contribuir para o debate, o texto do colunista do UOL tentou desqualificar a reportagem de Joel. Calmon disse que é fácil acusar o lucro sendo que existem outros motivos. Também considerou fácil usar México e Argentina como referência, mas citou um exemplo para contestar a matéria do colega que juro não ter entendido: que o Fox na Suíça custa R$ 28 mil contra R$ 38 mil no Brasil. Afinal, não é isso que estamos discutindo? Que o carro no Brasil chega a ser mais caro que na Suíça? O interessante nos exemplos de México e Argentina é o fato de não existir impostos de importação entre eles, o que deixa a comparação mais clara.
Calmon também citou o estudo da Anfavea sobre o custo de produção no Brasil, mas como considerar isento um material de quem justamente está sendo acusada de ganhar muito na atual situação? Já a tese do “Lucro Brasil” defendida por Joel foi taxada de “aloprada”, para se ter uma ideia.
Claro que hoje Joel Leite respondeu: “fácil – e confortável – é reproduzir o discurso da indústria, que culpa o imposto por todas as mazelas do setor”, disse em resposta a Calmon.
Confesso que esperava outra reação de Calmon, um profissional com tamanha bagagem. Talvez outros argumentos para esclarecer esse mistério que faz um carro produzido no Brasil ser exportado e custar metade do preço na Argentina, por exemplo.
Já chamar a tese do colega de aloprada me pareceu inoportuno. A não ser que Calmon se referia ao fato de Joel ser “muito inquieto”, um dos significados do termo, segundo dicionário Houaiss. Se reagir a essa distorção é ser inquieto então a atitude de Joel Leite é de um “aloprado”, mas no bom sentido. E todos nós precisamos virar “aloprados” porque até hoje temos sido passivos demais com esse assunto.
O Ricardo, parabéns pela postagem dessa matéria. Eu estava vasculhando onde comentar o texto que fiz vários parênteses, e inclusive estava postando no lugar errado. Esse seu texto caiu como uma luva em minhas mãos.
Assim, segue o longo texto para que todos possam ler.
Desculpe a publicação repetida, pois quando comecei a escrever a crítica, você ainda não tinha postado essa última matéria.
Peço desculpa aos colegas pelo longo texto, mas é um tema que vem a calhar.
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Joel Leite publica matéria sobre comentário do Presidente da Ford do Brasil.
Aonde os leitores lerem em caps lock e entre parênteses, os comentários críticos são meus.
06/07/2011
Presidente da Ford: "preço alto do carro não é só culpa do imposto"
— Marcos de Oliveira admite que o carro no Brasil é caro e culpa a cadeia produtiva.
— Dirigente diz que se a importação continuar nesse ritmo, em cinco anos começam as demissões.
— Mas 78% dos carros estrangeiros vendidos no Brasil são trazidos pelas próprias montadoras.
O presidente da Ford Brasil, Marcos de Oliveira, disse que é preciso um acordo com o governo e todas as partes envolvidas no setor automobilístico para resolver o problema do custo da produção de carro no Brasil. Ele admitiu que o alto preço do carro ao consumidor brasileiro não é apenas por culpa do imposto.
"O problema é muito mais amplo" – disse o dirigente ao repórter José Carlos Pontes, da Agência AutoInforme. "Não queremos uma reunião com o governo para reivindicar a redução do imposto. Nem queremos tocar neste assunto. É preciso uma discussão mais ampla, para evitar que daqui a alguns anos haja problemas sérios com a indústria automobilística brasileira". (RS: PURA PRESSÃO NO GOVERNO, SEMPRE APELAM PARA A CHANTAGEM DO DESEMPREGO).
Segundo Marcos de Oliveira, o Brasil corre o risco de "desindustrialização", isto é: a redução da produção local em consequência do aumento das importações. (R: O BRASIL NÃO CORRE O RISCO, O BRASIL JÁ ESTÁ SOFRENDO A DESINDUSTRIALIZAÇÃO DE CARROS DE QUALIDADE PARA FABRICAR PRODUTOS ULTRAPASSADOS, DEFASADOS, INEFICIENTES EM SEGURANÇA, AMBIENTE E TECNOLOGIA. NÃO TRATA-SE DE DESINDUSTRIALIZAÇÃO POR CONDIÇÃO ECONÔMICA, MAS SIM POR CONDIÇÃO DE ERRO ESTRATÉGICO DE POLÍTICA, POIS SE EXISTE O MÉXICO QUE FICA DO LADO DA MAIOR ECONOMIA DO PLANETA, PERTO DA EUROPA EM COMPARAÇÃO AO BRASIL, PERTO DO CANADÁ, E QUE TEM BENESSE DE SER O ÚNICO PAÍS DO PLANETA A PODER EXPORTAR CARROS PARA O BRASIL PAGANDO IMPOSTO ZERO, PORQUE HAVERIAM AS MONTADORAS DE FABRICAR CARROS DE QUALIDADE NO BRASIL, SE O MÉXICO TEM UMA ESSAS ENORMES VANTAGENS MENCIONADAS, SEM PERDER O IMENSO MERCADO BRASILEIRO.)
O presidente da Ford disse que a concorrência está derrubando os preços, e com isso a rentabilidade das montadoras está diminuindo. E ameaçou: "resta saber até quando vamos aguentar. Se essa situação não for mudada, creio que em cinco anos a indústria vai começar a demitir". (R: RESPOSTA DE MALANDRO QUERENDO SENSIBILIZAR OS GOVERNANTES E OS SINDICATOS, POIS PRIMEIRAMENTE NÃO HÁ DERRUBADA DE PREÇOS, MAS SIM PEQUENOS DESCONTOS OCASIONAIS, AFINAL ALGUÉM NO BRASIL TEM COMPRADO CARROS A PREÇOS PRATICADO NO EXTERIOR, PARA DIZER QUE REALMENTE É UMA DERRUBADA DE PREÇOS "EXAGERO MALICIOSO", E NESSE MESMO SENTIDO VAI A FALSA AFIRMAÇÃO DA QUEDA DE RENTABILIDADE, JUSTO QUANDO EM 2009 O BRASIL PRATICAMENTE SUSTENTOU AS MATRIZES EM CRISE HISTÓRICA COM SOMAS RECORDES DE LUCROS ENVIADOS PARA SUAS MATRIZES, ATÉ O PRESIDENTE DA FIAT JÁ DECLAROU QUE O BRASIL SALVOU A FIAT TURIM EM 2008. E SEGUNDAMENTE, O J.LEITE FOI CERTEIRO NO COMENTÁRIO AO DIZER QUE O PRESIDENTE DA FORD "AMEAÇOU" A DEMISSÃO DE FUNCIONÁRIOS, O QUE É PURA CHANTAGEM, JOGO BAIXO, AMEAÇA AOS SINDICATOS, AOS LARES DAS FAMILIAS DOS TRABALHADORES, COM UM SONORO "VOCÊS IRÃO PASSAR FOME, FALTARÁ O LEITE DAS CRIANÇAS, A ECONOMIA ARREBENTARÁ COM O DESEMPREGO E A VIOLÊNCIA AUMENTARÁ…VELHACARIA PURA, POIS NUNCA QUE SE O GOVERNO ENDURECESSE EXIGINDO MENORES PREÇOS E BAIXANDO A ALÍQUOTA DE IMPORTAÇÃO, ELAS FECHARIAM AS PORTAS E IRIAM EMBORA DO BRASIL DEIXANDO ELE PARA A CONCORRÊNCIA, DUVIDO. INCLUSIVE TAL FATOR JÁ ACONTECEU NA ERA COLLOR E ITAMAR COM O MINISTRO DA ECONOMIA CIRO GOMES QUE COMPROU BRIGA COM O SETOR BAIXANDO O IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO PARA 20%, E O RESULTADO NÃO FOI FECHAMENTO DE FÁBRICAS, MAS SIM A ÉPOCA EM QUE AS EMPRESAS DO SETOR MAIS INVESTIRAM EM PRODUTOS DE QUALIDADE FABRICADO NO BRASIL E TAMBÉM FOI A ÉPOCA DE GRANDE AUMENTO DE VENDAS PARA ELAS, SEM FALAR QUE O I.I. BAIXO FOI FATOR DETERMINANTE PARA A ENTRADA DE VÁRIAS EMPRESAS DO SETOR COMO OCORREU NA DÉCADA DE 90, PORTANTO A QUEDA DE I.I E IMPORTAÇÃO EXCESSIVA DE CARROS NAQUELA ÉPOCA TEVE EFEITO CONTRÁRIO AO COMENTADO PELO PRES. DA FORD, O QUE TAIS FATOS SUPERAM QUALQUER ARGUMENTO COM CLARA DEMONSTRAÇÃO DE QUERER LEVAR VANTAGEM. NA VERDADE ELAS ESTÃO COM MEDO É DA POPULAÇÃO SE MEXER E EXIGIR I.I. MAIS BAIXO FAZENDO AS 4 GRANDES PERDEREM 80% DE UM MERCADO DOMINADO. E TERCEIRAMENTE, É PRECISO REAFIRMAR O QUE DISSE O J.LEITE, QUE AS PRÓPRIAS MONTADORAS SÃO AS QUE MAIS IMPORTAM CARROS, ALGO PRÓXIMO DE 80%).
Um estudo feito pela Anfavea, a associação dos fabricantes, mostra que o custo de produção do carro no Brasil é 60% maior do que na China. Foi estabelecido um índice de custo 100 para a China. Para o México esse índice seria 120 e para o Brasil 160. (R: O CUSTO SÓ É ALTO PORQUE O SETOR ESTÁ BOMBANDO EM PLENO VIGOR ECONÔMICO DO SETOR, POIS SE ESTIVESSE EM CRISE, AS MONTADORAS ESTAVAM AMEAÇANDO ERA A INDUSTRIA DO AÇO, AS FABRICANTES DE AUTO PEÇAS, AS EMPRESAS FRETISTAS, OS SINDICATOS E OS CUSTOS TERIAM COM CERTEZA QUEDA DE CUSTOS, MAS COMO AS FÁBRICAS ESTÃO GANHANDO RIOS DE DINHEIRO, É ÓBVIO QUE AS MINERADORAS, F. DE AUTOPEÇAS…TRABALHADORES…TAMBÉM QUEREM UMA FATIA DESSE EXCELENTE MOMENTO VIVIDO PELOS RECORDES DIÁRIOS DE VENDAS, E SE O CUSTO FOSSE ALTO, NÃO HAVERIA ANÚNCIO DE NOVAS FÁBRICAS DA RENAULT, HYUNDAI, CHINESAS, MAZDA…).
O curioso é que os maiores importadores de carros no Brasil são as montadoras, notadamente as quatro grandes. Elas são responsáveis por nada menos do que 78% de todos os carros estrangeiros vendidos no País. Os importadores oficiais, reunidos na Abeiva, importaram no semestre 20% do total, carros que, além dos impostos normais, pagam 35% de alíquota de importação; os outros 2% foram trazidos por importadores independentes.
A despeito do alto custo de produção, o Brasil continua recebendo investimentos em novas fábricas.
A Chery faz a cerimônia do lançamento da pedra fundamental da sua fábrica em Jacareí no próximo dia 19. Conforme anunciou o Carsale nesta semana, a Lifan e a importadora brasileira Effa assinaram um acordo para a construção de uma fábrica no Brasil com investimento inicial de US$100 milhões e produção de 10 mil unidades por ano. As duas montadoras já investiram US$ 70 milhões num centro de pesquisa e desenvolvimento, para a criação de um carro pequeno.
Ou os dados do estudo da Anfavea estão errados ou os chineses estão muito mal informados. E vão quebrar a cara. Qual a sua aposta?
(R. RESULTADO DE TODA ESSA RESPOSTA DO PRES. DA FORD, DE COLUNISTA CALMON PUXANDO O S. DAS MONTADORAS, DE ANFAVEA RESOLVENDO FALAR JUSTO NESTE MOMENTO DE REPERCUSSÃO DO CUSTO ALTO, ENTRE OUTROS COMENTÁRIOS DIRECIONADOS, É O MEDO DE TEREM QUE LARGAR NÃO O OSSO, MAS SIM A PICANHA MATURADA).
R: VERGONHA, ESTARMOS NAS MÃOS DE MONTADORAS QUE VIVEM AMEAÇANDO FAMÍLIAS DE TRABALHADORES E A SOCIEDADE BRASILEIRA, ENQUANTO POLÍTICAS GOVERNAMENTAIS PARA O SETOR, VÃO DE ENCONTRO DOS INTERESSES DESSAS MULTINACIONAIS E CONTRA O CONSUMIDOR BRASILEIRO QUE PAGA PELO LATÃO DE LIXO RODANTE MAIS CARO DO PLANETA, POIS TEMOS GOLS NO BRASIL MAIS CARO DO QUE MERCEDES SÉRIE C E BMW SÉRIE 3 NOS EUA, E ANTES QUE EU NÃO ME ESQUEÇA, NOS EUA UM AUDI A3 É MAIS BARATO DO QUE AS SÉRIES COMENTADAS ACIMA DA MERCEDES E BMW, MAS NO BRASIL SÃO MAIS CARAS DO QUE AS DUAS CONCORRENTES DIRETAS, IMAGINEM O QUANTO A AUDI NÃO ESTÁ GANHANDO SE AS OUTRAS JÁ GANHAM). E SOU OBRIGADO A ENGOLIR PREMIAÇÃO DE REVISTA ECONÔMICA PARA O PRESIDENTE DA AUDI DO BRASIL QUE ESTÁ TOMANDO UMA LAMBADA ATRÁS DA OUTRA PARA A MERCEDES E BMW QUE ESTÃO EXPLODINDO NAS VENDAS JUNTAMENTE COM A VOLVO E UM DÓLAR COM DESVALORIZAÇÃO DE 20% EM 15 MESES SEM REPASSE PARA OS CARROS.
O IMPORTANTE É A COPA AMÉRICA.
Acabo de ler toda sua postagem. Excelente explanação, fantástica análise sobre o Calmon. Não é pieguismo não, não é puxa sa.quismo não com relação ao Blogauto, é opinião indo exatamente de encontro com a conclusão que tive. Inclusive lendo a matéria do Calmon, confesso que fiquei indignado com as colocações e direcionamento da matéria ao meu ver tendenciosa, e o que falar dos textos completamente truncados que se contradizem ao mesmo tempo. Um jornalista de décadas do setor, produzir uma matéria dessas, que em nada acrescenta e na qualidade de uma matéria que advoga defendendo sem argumentos consistentes achei o momento dele talvez pensar em se aposentar. Já não é a primeira matéria que sou discordante do Calmon.
Inclusive, quero deixar registrado que não foi seu texto acima que me influenciou com relação ao texto do Calmon, tanto é que o meu texto foi publicado primeiramente na postagem Chamonix por falta de lugar apropriado e em horários similares, sem contar que não produzo textos no word para postar corrigidos, pois faço o inverso, posto diretamente, seguindo a agilidade do raciocínio, por isso ocorre vários erros de concordância e ortografia de minha parte, e pois bem, no meu texto eu faço uma pequena menção ao deslize do Calmon.
Confesso ainda que não foi a pequena defesa de pouquíssimas palavras do Joel Leite que fizeram eu formar opinião a respeito da matéria do Calmon, haja vista que havia lido no dia 05/07 antes de ontem, já que já passa das 24 hs e em nada havia gostado do texto do Calmon.
No mais, esse novo tema aberto neste blog, é outra oportunidade para todos meus amigos de blog, dos mais frequentes aos mais esporádicos para debatermos essa barbárie de preços e chantagem barata de presidentes de montadoras no "brasil" com a questão de desemprego e fechamento das portas.
Excelente, parabéns novamente Blogauto.
Eu sou um ALOPRADO TAMBÉM. O Brasil precisa de aloprados contra chantagistas, oportunistas, exploradores…
Afirmação de um capitalista, mas não i.d.i.o.t.a.
Quem for aloprado como eu, puxa o coro e se declara nesta matéria.
Será que tem muitos?
Aloprado não. Corajoso, pois, qual dessas revistas de carros, que vivem das propagandas das montadoras, ia querer falar isso e lembrar que precisam ter independência jornalística?! A Globo News veiculou uma reportagem que nem os reporters, lendo, acreditavam que "era culpa do imposto".
Parabéns!! E sugiro outro título, ao invés de Aloprado e sim Corajoso!
@Gustavo
Não amigo, aloprado no bom sentido. E ainda você pode ser as duas coisas no bom sentido, aloprado e corajoso.
Eu sou um alopradaço.
Conforme o blogauto manifesta e seguindo a pecha colocada por outro colunista em cima do Joel Leite jornalista.
Veja o texto:
"Já chamar a tese do colega de aloprada me pareceu inoportuno. A não ser que Calmon se referia ao fato de Joel ser “muito inquieto”, um dos significados do termo, segundo dicionário Houaiss. Se reagir a essa distorção é ser inquieto então a atitude de Joel Leite é de um “aloprado”, mas no bom sentido. E todos nós precisamos virar “aloprados” porque até hoje temos sido passivos demais com esse assunto."
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Mundando de assunto.
Segundo matéria publicada no Estadão o dólar caiu de 2002 para cá, quase 80%. Não observei nenhum repasse parcial para baratear os valores dos carros e motos importados e peças importadas influenciando na queda de preços dos autos e motos nacionais.
Vejam parte da matéria:
"…O levantamento aponta que o poder aquisitivo do dólar, ajustado pela inflação medida pelo IPCA até maio de 2011, caiu 72,8% desde 31/12/2002. Os dados são de um estudo da Economatica, que utilizou o índice de inflação de cada país equivalente ao IPCA do Brasil."
Estadão-SP.
boa matéria! A única conclusão que podemos tirar é que o Calmon está corrompido. Deve estar com medo de criticar as montadoras e não receber carros para testar (se é que aqueles relatos piegas do Calmon podem ser chamados assim). Curioso é que historicamente gostava mais das abordagens dele que do Joel, e este agora está se tornando mais ácido, crítico, cético e pessimista. Não a toa estou gostando dos seus textos e meidentificando cada vez mais. OBS: se meu xará Leandro qualquer-coisa estiver lendo, estou criticando sim o Calmon e não me acho superior a ele, apenas acho que ele está com o rabo preso e escreveu merda. Não estou cirticando o blog, tá? E sim, sou cético, pessimista, ácido e as vezes contraditório. Ah, e sou tb um amor de pessoa! abs a todos. OBS: Commanche, bom texto!
Faz algum tempo que eu tbm acompanho o Calmon.. e fiquei muito surpreso com isso.
Na verdade houve uma outra oportunidade em que ele defendeu tbm as montadoras (4 grandes) falando sobre outro assunto, mais infelizmente não achei o link..
Deve, e com certeza é, mais um comprado neste brasil.
Culpados somos nós. Sugiro ao Blogauto a puxar o coro com outros blogs e midia especializada por um boicote de um so dia na compra de veiculos zero. Qual é o dia em que mais automoveis são vendidos? Sãbado? então elejam um sabado de novembro, por exemplo, e ninguem compra automovel no Pais. Simples assim.
AONDE TEM GRANA FÀCIL AS OPINIÕES TAMBÉM MUDAM FACILMENTE,PATRIOTISMO ZERO POR ISSO SOMOS CONSIDERADOS ESCÓRIA PELO MUNDO, COLÔNIAL E CORRUPTO ACORDEM BRASILEIROS O PROBLEMA NÃO É AS MONTADORAS E O GOVERNO E SIM NÓS MESMOS, NOS FALTA O FAMOSO SANGUE NAS VEIAS .
Correção: Quando disse que o México é o único país a ter alíquota de I.I. zero com o Brasil, quis dizer o único país de outro continente, e o único país que não faz fronteira terrestre com o Brasil, a ter essa benesse.
Obrigado Leandro Pi.
Abs.
Também achei estranho o texto do Calmon. 10 mil de diferença entre o Fox Brasileiro e o Suíço já é uma prova do 'lucro Brasil'.
Que o imposto ferra muito, é fato. Está em todo o processo. Imposto encima de imposto. Mas como disse o diretor da Mercedes, quem dá o preço é o mercado, e nós somos esse mercados, sendo ávidos mesmo por carros ruins. Nem sombra de boicote.
Fui reler o texto do Calmon e sejamos justos: algumas críticas dele ao texto do Joel fazem sentido (como só comparar Brasil a México e Argentina e que devemos discutir lucro a luz dos custos), mas o argumento dele cai por terra quando ele quer comparar o valor de carros compactos no Brasil e nos EUA. Sabemos muito bem que o Civic é um carro compacto lá e aqui é um médio "de luxo" ou "premium". E depois quando ele compara um mesmo modelo, o Fox, esquecendo que o Fox básico vendido na Suiça está mais para o nosso completo do que para o básico. OU seja, a comparação devia ser de 28 mil para uns 48 (lembrando que nem querendo dá pra ter um Fox aqui com air-bags laterais e ESP, ítens de série no Fox Europa). Daí ele vem falar de valor de Uno Mille. Não era para falar de carro? O que o Mille tem a ver com isso? Falando sério, o assunto entre os 2 jornalistas tá virando picuinha e a resposta do Calmon foi bem nesse sentido. Uma pena. Sem nada pessoal, mas tá na hora de um texto escrito por um economista, com uma modelação melhor das externalidades. Esse assunto merece uma discussão menos emotiva.
Eu já tive assinaturas de vária revistas automotivas ao longo dos anos, há tempos não tenho assinatura alguma pela falta de textos críticos. Sejam textos críticos aos carros, sejam críticos ao mercado.
Na questão mercado e imposto…, a BMW produzia na Europa uma moto chamada F 800 R e vendia-a no Brasil por R$ 51.900,00; porém desde maio essa moto é montada em Manaus em regime CKD e hoje ela é ofertada por R$ 36.900,00; já a Kawasaki trazia do Japão a nova Ninja 1000 cc por R$ 60.000,00 e esta será (ou já é) montada no Brasil em regime CKD, porém o preço continua os mesmos R$ 60 mil.
Realmente quem faz preço é o mercado, mas as palavras do presidente da Mercedes não são felizes, principalmente quando empresas adoram espalhar aos 4 cantos ter responsabilidade social. Em uma país como o Brasil, onde a maioria do povo não sabe o que é cidadania, educação, direitos,… esperar que clientes regulem mercado é um pouco demais. A mentalidade dos dirigentes dos fabricantes de automóveis e motos instalados no Brasil é mais ou menos a seguinte: "pediremos o maior valor possível pelo carro ou moto, se colar, colou". Deveria ser mais ou menos o raciocínio do pessoal que escravizou outros povos: "invadimos um país, ou cidade, ou estado e sentamos o sarrafo, se eles não forem fortes, ou corajosos, ou inteligentes o suficiente para se defenderem tornarão-se escravos (se colar, colou)".
Isso se chama exploração !
Ficar um dia ou um mês sem comprar carro não causará o devido impacto, minha proposta seria adiar a compra do carro por 1 ou 2 anos. Seja aquele cidadão que irá comprar o seu 1º carro, seja aquele que irá trocar de carro ou comprar o 2º. Já pensou 1 ou 2 anos inteiros sem nenhuma unidade de carro de passeio vendida, seja nacional ou importada ? Com certeza o mercado iria mudar e para melhor, pena que não haveria mobilização necessária para isso. Certamente haveria desemprego, haveria crise econômica, etc, mas não há batalha ou reforma sem feridos ou danos, quando o mercado se reorganizasse, ele seria um mercado com consumidores mais conscientes e com preços mais justos.
Aquela citação do presidente da ANFAVEA de produção de 5 milhões de unidades para redução de preço através da escala é conversa mole, quando o Brasil produzir 5 milhões anuais, ele dirá que a redução do preço se dará com 10 milhões de unidades.
Esperar que governo faça alguma coisa é utopia, principalmente um governo ligado a sindicatos desde a sua fundação e fraco a ponto de sucumbir a qualquer pressão ou chantagem de setores empresariais.
Já passou da hora do Brasil (dos brasileiros) tomar vergonha na cara, para trabalhar e virar um potência mundial proporcionando aos seus cidadãos melhores condições de vida e igualdade de direitos; e não ficar vendendo aquela velha história que será o país do futuro, ou que é um país civilizado e democrático. Toda semana tem um gatuno na político declarando patrimônio de R$ 500.000,00; quando na verdade tem mais de R$ 50 milhões ou R$ 100 milhões, e quando a Polícia Federal prende, os senhores juízes soltam.
O Brasil vai mal, muito mal.
Ricardo JR, falou tudo. Pena que o povo só tem mobilização nacional se for para o futebol.
Que a maioria das revistas tipo Quatro Rodas não tem o menor senso crítico todo mundo sabe. Mas que decepção Calmon, achava que tinha um pouco mais de credibilidade.
… gatuno na política…
Além de tudo o que já foi dito acima do meu comentário, se me permite uma outra base para comparação de preços, gostaria de sugerir os preços praticados lá fora – principalmente nos países da américa latina, dos seguintes veículos:
VW: Gol e Voyage (Gol sedan em alguns mercados)
Honda: Fit e City
De preferência, fazendo uma tabela comparando preços, motorização e equipamentos (aqui e lá fora), coisa fácil, bastando acessar os configuradores dos sites destas montadoras e saber um pouquinho de espanhol ou inglês.
Você vai se surpreender, Ricardo, com o fato desses veículos custarem a metade (ou menos) dos equivalentes em equipamentos vendidos aqui. E a sugestão é justamente dos veículos que são produzidos aqui e exportados para lá… Não há matemática nem justificativa razoável (que não o lucro exacerbado) que explique esses valores.
Abraço e ótima matéria!
Gostaria de adicionar mais pimenta nesse caldo. É hora de tirara a máscara desses barões da indústria automobilística.
Um ótimo texto produzido pelo Automotive Business esclarecendo a papagaiada que as montadoras contam sobre o "custo Brasil"
http://www.automotivebusiness.com.br/artigosecolu…
Caro Vilchez,
excelente dica. O texto do Pedro Kutney é mais esclarecedor ainda. Aliás, era essa a contribuição que esperava do Fernando Calmon.
Abraços,
Ricardo Meier
@Vilchez, ainda mais elucidativo e estarrecedor esse texto !
Ricardo Junior,
Excelentes colocações, mas se me permite farei apenas um adendo.
Na verdade o Brasil tem excelentes juízes, salvos poucas excessões, pois o concurso extremamente rigoroso na técnica jurídica, seleciona muitos bons juízes futuros.
Tudo bem que concurso não seleciona caráter, mas sim técnica e conhecimento jurídico, mas costumeiramente (também salvo excessões) quem é esforçado, rala bastante, dá duro estudando 8 a 10 horas por dia, geralmente é o tipo da pessoa que não espera nada de ninguém, mas sim de seu esforço próprio (como disse salvo excessões de alguns espertalhões), isso tudo resulta em juízes de bom nível em vários aspectos.
O problema começa é nas corte intermediárias e máximas, TJ, STF e STJ, onde salvo também algumas excessões que estão lá por mérito de carreira, existem muito por indicação política de acordo com os interesses daquele que está no poder executivo (governadores e presidente) para indicá-los para cargos médios e máximos, além do 5º constitucional que é indicado pela OAB como um dos indicadores para assumir cadeira.
É ai que mora o perigo, pois as vezes entra advogado defensor de político para os tribunais, somente por ter defendido o governo e julga recursos judiciais de acordo com a cartilha do governo. É ai que mora o perigo, é ai que dá liberdade para os Césare Batistti da vida. Isso sim é grave.
Onde existem cargos sendo ocupado em qualquer área profissional sem análise de mérito, mas sim através de colocação política, é comum o resultado ser igual jogar titica de galinha no ventilador.
@Vilchez,
Parabéns pela indicação e excelente escolha de brilhante matéria.
No texto, diz que até as chinesas praticam lucros próximos de 100%, através de seus importadores.
Para solucionar essa questão e não ficarmos a mercê de empresários do setor automotivo, disposto a obter altos lucros as nossas custas, é preciso mudar aquilo que defendo.
Imposto de Importação em 0% ou próximo disso, para pessoa física limitando por cabeça o número de importação para não arrebentar a economia, mas o suficiente para mexer os preços do mercado de importação e "nacional", além de política direcionada para facilitar o burocrático exercício para importar um veículo.
Se o México pode oferecer carros com o I.I. a 0%, porque a pessoa física não pode? Mesmo que seja de forma regulamentada em unidades importadas por determinado período para não virar comércio para Pessoa Física fazendo desta uma personalidade jurídica na prática sem as responsabilidades, deveres e obrigações que compete as empresas, que é quem deve respeitar as regras do Código do Consumidor com importação de peças, oferta de garantia e serviços.
O sr. calmon perdeu a chance de ficar calado, pois a favor das montadoras só mesmo os grandes executivos de suas respectivas matrizes que dão risada na cara do otario do consumidor brasileiro, e com esse texto $$$$$$, eu ainda vou mais no que escreveu o excelente Joel Leite, já que para apedrejar o brasileiro, nós não precisamos de texto $$$$$! é o fim do até então "esforçado" jornalista fernando calmon.
Pena que a média do consumidor brasileiro esteja longe, mas muito longe mesmo da capacidade crítica tanto dos editores quanto dos colegas que comentam neste blog.
Fernando Calmon deve ter sido muito bem remunerado para fazer o seu artigo… como disse um colega, onde entra $ é fácil mudar de opinião. Mas que é lamentável, isso é.
Até blogs aparentemente isentos sofrem dessa influência…digamos…monetária. Tempos atrás fiz alguns comentários desfavoraveis (porém corretos, ao meu ver) ao JAC num outro blog, justamente quando ela passou a ser referenciada no próprio site da JAC… o que aconteceu ? barraram o meu comentário, óbvio.
É…o ser humano é um bichinho bem complicado mesmo…e onde entra $$$ então nem se fala !!!
@Ricarco Meier, excelente artigo. É uma vergonha para o Sr. Calmon, apresentar esse discurso barato e a "fonte pagadora" no mesmo artigo! Enfim, se vocês observarem, faz tempo que sou aloprado, sempre levantando essa questão e postando em diversos lugares. E é muito bom perceber que o mercado está se tornando "consciente". Abraço!