Se os franceses sabem como fazer um tipo de carro ele é a minivan. Embora sua origem é ainda hoje seja disputada com os norte-americanos, o conceito de um veículo familiar com design voltado para o lazer foi melhor interpretado pelas marcas francesas. É como o vinho espumante, que é produzido em diversas partes do mundo, mas só pode ser chamado de “champagne” se provêm da região homônima, no nordeste da França.

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O Grand C4 Picasso, lançado pela Citroën nesta sexta-feira no Brasil, é uma espécie de reserva especial: além de reunir as características consagradas de outras minivans da marca, o modelo foi mais longe e trouxe soluções criativas e cativantes para o tipo de automóvel mais democrático que existe. Ao contrário de esportivos, por exemplo, a minivan oferece mimos para todos os ocupantes.

A versão importada pela Citroën é, como dissemos acima, a Grand C4 Picasso, com 7 lugares e acabamento Exclusive, o mais luxuoso. Tudo isso porque a marca não quer tirar vendas da Xsara Picasso, produzida no Brasil e substituída na Europa pela C4 Picasso de 5 lugares.

Com preço a partir de R$ 89 900, a C4 Picasso é uma opção mais sofisticada para quem procura mais novidades no segmento. Mas nem tudo são flores. Nesta faixa de preço, a minivan enfrentará o mais duro dos concorrentes atuais, os crossovers, modelos que mesclam características de minivans e utilitários esportivos e possuem visual mais robusto e agressivo.

A C4 Picasso é justamente o contrário: a grande área envidraçada deixa os ocupantes mais expostos, sobretudo no para-brisa, prolongado até a altura das cabeças dos ocupantes. O recurso é formidável em viagens, mas a realidade das grandes cidades pode assustar os compradores. Para completar, há a opção pelo grande teto solar, que adiciona mais R$ 4 000 ao preço.

Como é derivada do médio C4, muitos equipamentos são iguais: o motor 2.0 16V de 143 cv, o câmbio automático com tiptronic e 4 marchas, o volante com o centro fixo, o sistema de som integrado e a suspensão. Destes, elogio ao motor e ao volante, já que o câmbio indeciso e a suspensão dura são heranças negativas da linha.

Mas o C4 Picasso tem seus diferenciais. A alavanca do câmbio, por exemplo, é delicada e instalada atrás do volante, como nos antigos carros automáticos. Com isso, o console central ficou livre, permitindo a instalação de uma geladeira portátil. Há também borboletas de acionamento das marchas no volante, como em um carro esportivo, mas que aqui combinaram com a arquitetura do painel.

O sistema de ar-condicionado é genial, dividido em quatro zonas e com comando central colocado na lateral esquerda do painel. Há também sete airbags e sensor de estacionamento com visor em toda a volta do veículo – recurso indispensável devido às medidas generosas da minivan.

Se o volante fixo e o painel de instrumentos central lembram o C4 Pallas, por exemplo, a tela multifunção é original. Maior e com controle de cores, ela exibe o conta-giros, rádio e velocímetro, entre outros detalhes. À frente dela está a alavanca elétrica do freio de mão.

É tanto espaço interno que até mesmo a parte superior do painel virou lugar para dois porta-objetos imensos. Por falar em espaço, com a adição dos dois lugares extras, o C4 Picasso tem uma capacidade de bagagem bem variada: com 7 assentos são apenas 208 litros, com 5 pessoas sobe para 576 litros e atinge até 1951 sem os bancos da fileira 2 e 3.

Mesmo em sua despedida do posto de presidente da Citroën, Sérgio Habib continua pouco modesto na hora de prever as vendas de seus modelos. Segundo ele, a C4 Picasso emplacará 500 unidades por mês, um número bastante ousado para um veículo de R$ 90 mil – apenas como referência, a Xsara Picasso vende cerca de 900 unidades por mês e é bem mais em conta.

Em suma, um carro que é o sonho da família numerosa, estradeira e despreocupada com a violência das metrópoles.