Fernando Calmon – No dia 25 de setembro celebrou-se o Dia Nacional do Trânsito e de 21 a 25 de setembro a Semana Nacional de Trânsito (SNT). O tema da campanha educativa do Governo Federal é “Perceba o risco, proteja a vida”. O Brasil é uma dos países signatários da “Década de Ação pela Segurança no Trânsito”, um plano global da ONU para tornar as vias mais seguras em 140 países entre 2011 e 2020. A meta é diminuir em 50% o número de mortes, mas não será alcançada aqui.
Como as estatísticas nacionais são falhas e usam critérios diferentes, estima-se que os acidentes fatais diminuíram entre 35% e 40%. Até o final do ano, segundo o Serpro, haverá uma redução acumulada na década de 30% no número total de acidentes envolvendo veículos automotores. Não se descarta, porém, que a pandemia da Covid 19, ao retirar de circulação durante quatro meses grande parte da frota real circulante de 60 milhões de unidades (incluindo motos), pode ter ajudado a diminuir o número de acidentes e mortos. Quem sabe até ter se aproximado do desafio da ONU.
Uma novidade da SNT é o lançamento do HackaTRAN 2020, evento de hackers para propor ideias e soluções inovadoras, a partir de um desafio: desenvolver maneiras tecnológicas a fim de facilitar, desburocratizar e garantir mais eficiência e segurança aos serviços de trânsito.
Outro viés a se observar é a nova regulamentação do Contran sobre a localização explícita de radares e proibição do uso do tipo móvel (colocado em viaturas policiais em movimento). Ninguém pode negar a eficiência e necessidade da fiscalização por meio eletrônico e registro da placa do infrator. Porém os abusos com os radares eram tantos que muitas vezes se transformavam em fonte meramente arrecadatória e até incluída no orçamento de governos.
Basta dar o exemplo de São Paulo. A prefeitura tem um site chamado Painel de Mobilidade Segura e lá estão todos os tipos de infrações. Não é surpresa: em 2019 aplicaram-se pelos radares nada menos de 2.842.691 multas de “excesso de velocidade”. Do total, 88% foram de até 20% acima do limite da via; 11%, entre 20 e 50% e 1%, acima de 50%. O limite de velocidade era de 60 km/h (à exceção das via expressas marginais, de 90 km/h). Foi diminuído para 50 km/h há seis anos, enquanto as cidades em volta mantiveram os 60 km/h. A diferença de 50 km/h para 60 km/h é exatamente de 20%, em que se concentram quase 90% das multas.
Claro que em muitos locais (ruas residenciais) o limite de 50 km/h considera-se razoável. No entanto, em dezenas de avenidas não faz sentido. Isso sem contar radares escondidos, mal sinalizados ou encobertos por árvores e outros obstáculos visuais sem nenhuma função educativa ou de evitar riscos de acidente.
ALTA RODA
- NOVO SUV médio da VW que chega da Argentina em meados do primeiro trimestre de 2021 terá a mesma distância entre eixos do Jetta (2,68 m). Conhecido como Projeto Tarek, manteve a tradição de nomes começados com a letra T, a exemplo de Touareg, Tiguan e T-Cross. Taos é uma pequena cidade do Estado americano New Mexico conhecida pela culinária, aventuras ao ar livre, arte e design. Lista dos nomes finalistas: Taos, Taigo, Torak, T-Sport, Rokter e Zivos.
- LANÇAMENTO duplo da Audi: SUV Q7 grande (mais de 5 m de comprimento) com sete lugares e o SUV-cupê e-tron Sportback 100% elétrico. No primeiro, a grade agora é octogonal, há duas telas no console central de 10,1 e 8,6 pol. e adota sistema híbrido leve (48 volts). Há opção de câmera de gravação de tráfego. Parte de R$ 414.990. Nova versão e-tron tem perfil particularmente atraente. A marca informa que já vendeu 100 unidades das duas versões do elétrico, o que a coloca como líder nesse nicho. Por venda direta começa em R$ 511.990 e alcance é de até 446 km (ciclo WLTP).
- HONDA WR-V 2021 recebeu retoques na frente e atrás na linha 2021, três anos depois do seu lançamento. Acrescentou a versão de entrada LX e teve o para-choque traseiro alongado em 6,7 cm para evitar danos na tampa do porta-malas em estacionamentos. WR-V foi criado no Brasil, a partir do Fit, e vendido em 10 países. Iluminação total em LED nas opções intermediária e de topo. Preços: R$ 83.400 a 94.700. Meta: vender 1.000 unidades/mês.
- “QUEM perde a hora certa de investir, perde o jogo”, declarou Fernando Silvestre, presidente da Applus+ IDIADA no Brasil, especializada em engenharia, testes e homologação. Para isso inaugurou em Itatiaia (RJ) um laboratório de emissões veiculares a fim de atender à rigorosa legislação ambiental para veículos convencionais, híbridos e elétricos. Primeiro cliente: Jaguar Land Rover.
- JAC abriu as vendas de uma picape de cabine dupla caçamba-longa e de um caminhão leve elétricos, mas admite que o primeiro modelo terá aplicação puramente comercial para empresas com uso específico. A picape oferece modo de economia que limita seu desempenho para alcance de até 320 km. Preço pouco atraente, apesar do interior bem resolvido: R$ 289.900.
Fernando Calmon
[email protected] e www.fernandocalmon.com.br
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