A Prefeitura de São Paulo deve anunciar em breve novos financiamentos externos e parcerias para ampliar o número de ônibus mais “amigos do meio-ambiente”. Essa nova estratégia deve incluir até modelos elétricos e será praticada para atender à Lei de Mudanças Climáticas; que determinava frota total de coletivos municipais com baixas emissões de poluentes até o ano que vem e até então não foi cumprida pela capital paulista.
“Estamos discutindo dentro do governo formas de participar, de incentivar e de fazer com que aconteça a introdução passo a passo dos carros bicicletas, ônibus e caminhões elétricos na cidade; com as formas mais variadas possíveis: com esforços da prefeitura e também buscando parcerias com Governo do Estado, Governo Federal e financiadores, inclusive internacionais; que possam ajudar, além de contatos com as montadoras dos carros. E isso tem de ser uma costura. A prefeitura não tem poder para fechar a equação econômica”; afirmou o Secretário do Verde e Meio Ambiente, Gilberto Natalini, em entrevista ao Diário do Transporte/Canal Mova-Se.
Ainda de acordo com o secretário, a licitação de novos ônibus para a capital paulista deve incluir modelos com baixa poluição ao meio-ambiente. A Lei de Mudanças Climáticas foi assinada há cerca de oito anos e determinava o aumento de 10% do total de ônibus não poluentes; e, a partir de 2018, nenhum dos aproximadamente 15 mil coletivos municipais usasse apenas diesel para rodar. Atualmente, nem 7% dos ônibus não se enquadram nas normas desta lei.
Para o Secretário de Mobilidade e Transportes, Sérgio Avelleda, a cidade de São Paulo deve contar com um número significativo de ônibus elétricos em circulação somente em médio e longo prazos. Por enquanto, é necessário que as alterações sejam feitas de forma gradativa.
“É preciso observar o comportamento dos ônibus elétricos ao longo do tempo; como é que as baterias vão funcionar, como as garagens vão se adequar. Nada poderá ser feito num sistema tão grande como o de São Paulo rapidamente. Nós precisamos alcançar reduções de emissões rapidamente; mas a soluções tecnológicas precisam vir no tempo em que possam ser realizadas”, disse Avelleda.
Para a ABVE (Associação Brasileira de Veículo Elétrico), o ideal seria seguir um cronograma cujo; no primeiro e no segundo anos, 20% da frota de ônibus seria substuída por modelos menos poluentes; o que inclui exemplares elétricos ou com combustível alternativo ao diesel. Esse percentual passaria para 10% a partir do terceiro ano e, em 2037, todos os onibus novos de São Paulo seriam mais eficientes.
Todos esses ônibus poderiam ser produzidos por três empresas no território nacional: a Electra; a Volvo e a BYD. A indústria instalada atualmente no País tem capacidade para produzir 2 mil ônibus elétricos por ano; podendo alcançar 5 mil exemplares nos próximos quatro anos.