O Toyota C-HR seria um belo produto da marca japonesa para incomodar modelos como Honda HR-V e Jeep Renegade. Porém, a fabricante não tem planos de trazer o crossover para o Brasil. Durante uma entrevista ao portal Automotive Business, o vice-presidente executivo da Toyota, Miguel Fonseca, responsável pelas ações comerciais e estratégia de produto da marca no País; o novo C-HR não seria um produto viável para a gama nacional da fabricante em nosso mercado.
“Claro que olhamos com interesse para esse segmento, mas queremos estar nesse mercado com um produto de volume, com localização [da fabricação]. Hoje não é possível fazer o C-HR aqui, precisaríamos fazer investimentos [nas fábricas brasileiras] para isso. E para trazer importado fica muito caro, não é competitivo”, resume o executivo.
O novo Toyota C-HR é construído a partir da plataforma Toyota New Global Architecture (TNGA), que já equipa o híbrido Prius. O problema é que esta base não é produzida por aqui, o que inviabiliza parte da produção nacional do crossover. Todavia, daqui uns anos, a plataforma será nacional, já que vai ser usada na próxima geração do sedã médio Corolla.
Para a Toyota, seria mais rápido, barato e rentável fabricar um crossover a partir de uma plataforma já existente em seu catálogo nacional. Uma alternativa seria a base do Etios. Esta estratégia já é usada pela Renault, que equipa Duster e Captur com praticamente a mesma base de Logan e Sandero. Sendo assim, a marca japonesa pode estrear no segmento de crossovers não necessariamente com o C-HR.
A estratégia da marca é focar nas categorias em que já atua no Brasil. “O segmento de SUVs representa cerca de 16% do mercado e no momento queremos focar nos outros 84%, temos outras prioridades na estratégia de produto”, disse Fonseca. “Vamos concentrar nossas vendas nos produtos finais que já temos aqui e depois, numa segunda fase, devemos pensar nisso”.
Ainda de acordo com o executivo, a Toyota foi a única fabricante a crescer no País em 2016, embora que de tímidos 2,61 por cento. Foram 180,4 mil veículos comercializados e 176 mil unidades produzidas em suas duas fábricas brasileiras, proporcionando à marca o quinto lugar entre as montadoras.
Por outro lado, a situação muda quando o assunto é o Toyota C-HR híbrido, oferecido na Europa com o conjunto mecânico do Prius. No Brasil, o carro pagaria imposto de importação de 4%, contra os 35% dos modelos movidos a combustão. “Claro que fica bem mais competitivo”, sorri Fonseca. “É uma possibilidade, mas de fato ainda não temos projeto de importação do modelo”, garante.
Nos Estados Unidos, o C-HR é equipado com um motor 2.0 litros de quatro cilindros a gasolina, que gera 146 cv e 19,2 kgfm, associado a um câmbio automático do tipo CVT (continuamente variável). A versão híbrida usa um 1.8 VVT-i de ciclo Atkinson e outro elétrico, que desenvolvem 123 cavalos.
Entre os equipamentos, há sistema de pré-colisão com detecção de pedestres; aviso de colisão frontal; frenagem automática de emergência; alerta de saída de faixa; controle de cruzeiro; farol alto automático; dez airbags; assistente de partida em rampas; câmera de ré; painel de instrumentos com tela TFT de 4,2 polegadas; sistema multimídia com display sensível ao toque de sete polegadas; sistema keyless; ar-condicionado de duas zonas, entre outros.