A ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) publicou recentemente no Diário Oficial da União uma nova resolução que regulamenta o uso do biometano no Brasil, um combustível alternativo e 100% renovável que já está sendo testado em veículos desde 2013, com o apoio da Companhia de Gás do Estado (Sulgás).
Agora o biometano produzido oriundo de produtos e resíduos pecuários – como é o caso de dejetos de suínos e aves –, agrícolas e agroindustriais destinado ao uso veicular (GNV) e às instalações residenciais e comerciais será tratado da mesma maneira que o gás natural (GN).
Com isso, o biometano poderá ter o mesmo uso do gás natural, como na produção de combustíveis para automóveis, sob a forma de Gás Natural Veicular (GNV). O biogás poderá ainda receber a mesma valoração econômica do GN, desde que esteja dentro das exigências de qualidade do produto instituídas pela ANP.
“Até então estávamos em fase experimental, apoiando projetos e pesquisas no Estado”, conta a gerente de planejamento da Sulgás, Jucemara Rolim Bock. A expectativa da empresa é que a viabilização de plantas de produção de biometano potencialize a interiorização do gás natural. “Regiões que hoje estão distantes de nossa rede de gasodutos poderão ser atendidas a partir de uma produção local, reduzindo os custos de infraestrutura”, explica.
O primeiro ônibus com biometano a rodar no Brasil esteve no Rio Grande do Sul em janeiro de 2015, para comprovar a viabilidade do uso do gás como uma alternativa limpa e sustentável para o abastecimento do transporte coletivo. O modelo Scania Citywide Euro 6 foi importado da Suécia e, antes de chegar ao estado, passou pelo México, Colômbia e Foz do Iguaçu, no Paraná.
Os resultados das análises de desempenho do ônibus foram positivos e as emissões de ruído foram menores que os padrões determinados pelas autoridades. Em teste estático, com o motor a 610 rpm o ruído foi de 77,53 decibéis, em média. A 2.500 rpm, a média do ônibus foi de 95,67 decibéis, quando o limite é de 98 dB”, afirma o responsável pelo estudo e coordenador do Laboratório de Biorreatores da Univates, professor Odorico Konrad.
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Ainda segundo Konrad, transportando os colaboradores dentro do parque da Braskem, a média de consumo foi de 2,13 km/metro cúbico.
“São resultados ótimos que verificamos. O ônibus a biometano comprovou sua viabilidade nessas duas demonstrações. Sua autonomia diária pode chegar a 400 quilômetros, e ele emite 70% menos poluentes que os veículos similares a diesel”, afirma Silvio Munhoz, diretor de Vendas de Ônibus da Scania no Brasil.
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