Desisti. Desde o advento do Fiat Stilo Dualogic, em 2008, esperava que o câmbio com embreagem automatizada fosse vingar. Na época, o equipamento era horrível, mas melhorou com o tempo e a Volkswagen, na minha visão, chegou a um nível quase satisfatório. Então, pensei: “as próximas gerações vão resolver os problemas do sistema”. Engano.
Dirigi o up! e o Sandero, ambos estreando o câmbio automatizado e, santa decepção, parece que regredimos. Depois dessa experiência joguei a toalha. Não dá para esperar que esse equipamento possa oferecer uma dirigibilidade semelhante a de um carro com transmissão genuinamente automática.
As razões são variadas: indecisão nas trocas de marchas, solavancos, lentidão em responder aos nossos comandos. E não importa muito qual a marca ou fornecedor, o fato é que não há milagres. Quem me disse isso uma vez foi um diretor técnico de uma dessas montadoras. Para ele, haverá sempre a limitação da embreagem. Explico: o câmbio automatizado apenas nos poupa da tarefa de pisar na embreagem e modulá-la. Mas, ao contrário do motorista, o sistema não consegue ler nossos pensamentos e entender o que queremos de forma imediata.
Os softwares que controlam a embreagem evoluíram, é verdade, e hoje interpretam melhor as necessidades do motorista, porém, ainda há um ‘gap’ nesse processo que impede que tenhamos respostas ideais.
Falo como um mero motorista: um dos comportamentos que indicam que você precisa de torque para uma ultrapassagem é pisar fundo no acelerador de uma vez. No carro automático isso significa reduzir marchas rapidamente. No automatizado, nem sempre. Como o sistema tenta evitar os trancos, quanto mais pisamos no acelerador mais lenta é a retomada de torque, uma experiência que sempre irrita qualquer pessoa.
Em quase todas as vezes que vejo isso ocorrer acabo apelando para as trocas manuais, sobretudo nos modelos com borboletas no volante, mas isso é um contrassenso. Se quero um carro automático não faz sentido apelar sempre para trocas manuais.
Outra limitação que persiste é a lentidão. Com o Renault Sandero Easy’R, saio de casa e ando 500 metros em 1ª marcha – o Renault simplesmente não troca para 2ª. Um amigo que usa o I-Motion, da Volks, reclama que muitas vezes o sistema pede para repetir a operação na alavanca, algo inaceitável.
Mesmo que levemos em conta apenas o fator preço, o câmbio automatizado não vale. Ele é mais barato que o automático, mas não o suficiente para justificar sua compra. A verdade é que o preço não poderia ser muito maior que R$ 500 em relação ao manual puro. Mas veja só: a Volkswagen pede R$ 2.220 a mais no up!, a Fiat, R$ 3.025 no novo Uno, e a Renault, pasmem, R$ 4.200 pelo Easy ‘R! E o mais revoltante é que pagamos caro por um produto que nos obriga a ‘entendê-lo’ e não o contrário.
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Esse é um desabafo de consumidor e, portanto, adoraria estar errado. Se amanhã aparecer um câmbio com embreagem automatizada viável (não vale o de duas embreagens, esse sim, a solução a meu ver) serei um dos primeiros a reconhecer que queimei a língua, mas não vejo isso acontecer tão cedo. Até lá, quero distância de Dualogics, I-Motions, Easytronics e Easy’R.
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Poderíamos citar com exceção o powershift da Ford, como uma evolução boa!?
Caro Ricardo.
Parabéns pela sinceridade !!
Se na mídia automobilística brasileira houvessem mais pessoas como você com certeza os nossos carros seriam mais seguros, completos e baratos… infelizmente sabemos que tem muita gente que… sabe-se lá porque, né… quanto muito diz apenas meias verdades, maquiando a realidade, enganando o leitor.
AMIR, como ele disse: “não vale o de duas embreagens, esse sim, a solução a meu ver”. Isso inclui o powershift da ford.
O powershift da Ford é de dupla embreagem. Não dá pra comparar com embreagem simples.
Pior é que alguns dos que oferecem este tipo de câmbio o fazem como se fossem do tipo “automático”.
Propaganda enganosa !
Se bem que o PowerShift que seria a evolução dos automatizados tá causando dor de cabeça em muitos consumidores. O pior é a Ford se fazer de cega para o problema.
E na aplicação em caminhões, o câmbio automatizado funciona bem?
Ricardo, tive um i-motion por 4 anos e comprei um Novo Fox 2015 com i-motion. Estou bem satisfeito com ele e não entendo da mesma forma que tu falas. Não conheço os outros automatizados da Fiat, GM, Renault, mas também talvez nem compraria o carro que tu tens, que nem sei qual é, talvez nem a cor do seu carro me agrade, sei lá, té as as rodas. Questão de gosto pessoal e costume. O seu pode ser o melhor do mundo…. pra ti.
Decepcionante o Eazy”r no sandero stepway, não há nenhum prazer em dirigir, se fosse um carrinho de golf até vai lá.. se voce nunca dirigiu um carro automatizado dirija antes de comprar e tente subir uma ladeira, ou vai ficar muito chateado quando resolver esticar a marcha e ele reduzir de 5ª a 3ª com aquele tranco e giro do motor absurdos.. Sair no sinal de transito uma tarefa que tem que ser treinada ou também vai se irritar. Realmente não vale a pena. As pessoas se irritam e nos ultrapassam em varias situações onde ele (o cambio) demora a decidir que marcha ele vai usar agora, se enfiar o pé ele reduz duas marchas em qualquer situação, mesmo usando modo manual ele teima em reduzir de 5ª para 3ª a mais de 100Km/h. No início pensei, deve ser eu, mas não.. só dirigindo pra ver mesmo… Ruim demais compre manual.
Até hj não entendo o porque das montadoras vender os automatizados, tive a infeliz ideia de trocar um Honda Fit automático, por um fox, pois até então o que me incomodava era a altura do solo que é baixa demais no Fit, daí veio o desespero, apesar de ótima posição de dirigir e a altura do solo do fox as trocas de marcha do imotion são terríveis, tanto que meu filho enjoava sempre que saiamos no carro de tanto solavancos que o câmbio dava, solução: os preços de carro no Brasil já são absurdos então porque não oferecer câmbio automático de verdade, seguindo o exemplo de Hyundai nos hb20 , Peugeot nos 208 , e etc, mas câmbio AT ou CVT .
Eu acabei por desistir do fox e comprei um outro Fit que apesar de sua altura do solo ínfima me proporciona um prazer em dirigir um carro com câmbio CVT, que aliás me desculpem os que gostam, mas câmbio manual e uma coisa tão ultrapassada que nem deveria existir mais, e quem gosta de trocar marchas que fossem mas borboletas do volante. Opinião cada um com a sua.
Audi tem câmbio automatizado. O Nissan GTR tem câmbio automatizado, faz de 0 – 100 em 2,8s e a troca de marcha leva 0,2s.
O problema não é o câmbio automatizado!
Alexandre,
São duas coisas bem diferentes, o Audi e o GT-R tem câmbio automátizado de duas embreagens, é outro sistema completamente diferente. Estamos falando aqui daqueles automatizados de transmissões simples com uma embreagem.
abraços e obrigado pela visita.
ola gente…. gostei do site e da matéria…. achei bem interessante, e gostaria de saber a opinião de vocês ….
estarei pegando um grand siena 2016 1.6 essence em junho. Mas estou em duvida se pego com o cambio automatizado ou não…. o que vocês acham?? eu fiz o teste drive, e apesar de não entender nada de motor, cambio e nada de nada, achei bem confortável….. mas já li que da bastante problemas tal cambio….
o que vcs acham?? devo ir de manual?? a que a tendência é tudo ser automático agora no mercado,,…. me ajudem
abraços
Olá Hugo,
Obrigado pela visita, O ideal é um câmbio realmente automático, mas se você não gosta de trocar de marchas o automatizado é o meio do caminho.
abraços
Decepção total com o cambio do UP. Irritação com o desempenho e mais irritação com o preço cobrado pelo cambio. Meus caros compradores não comprem carros com cambios automatizados, eles não valem o que voce paga. Existem carros com cambios automaticos de verdade (6 marchas), tais como o Onix, que são uma maravilha, sao os verdadeiros cambios automaticos. Não confundam automatizados com automaticos. Os primeiros (automatizados), sao horriveis comparados aos automaticos.