O que fazer quando chegou a hora de atualizar seu produto e o mercado está em queda? Solução: mexer pouco. Foi o que fez a Chevrolet no Cruze 2015. Hatch e sedã receberam uma leve atualização antecipada no Salão Internacional do Automóvel de São Paulo, além de dirigibilidade aprimorada, mas nada além disso. Ou seja, apenas uma correção de rota.
A razão é simples e ao mesmo tempo ruim. Várias marcas têm investido em novos produtos e não colhido frutos disso. O Brasil passa por uma expansão do número de marcas atuando e a proliferação de opções para os clientes. Em outras palavras, a concorrência não se resume a outros sedãs e hatches médios no caso do Chevrolet Cruze 2015. O modelo, embora moderno e global, vende menos que o antecessor Vectra, que também usufruía de uma participação de mercado maior – as vendas desses segmentos eram mais modestas.
Então, não adianta gastar rios de dinheiro num projeto que está no meio da sua vida. O risco de não dar certo é grande e o tempo para recuperar curto. No caso específico do Chevrolet Cruze 2015, um veículo que chegou um pouco tarde ao Brasil (foi lançado no exterior em 2008, mas só pisou no país em 2011), deve ser substituído pela nova geração, semelhante à chinesa, que será produzida na Argentina (o atual é brasileiro).
Esse projeto, chamado de Projeto Phoenix internamente, prevê não só o sedã como também um crossover médio para tomar o lugar do Captiva. E mais: ele terá motores mais avançados e eficientes, com direito a turbo e injeção direta. Esse novo Cruze de verdade deve chegar ao Brasil dentro de dois anos por isso o atual teve essa pequena melhoria.
Menos tranco
As mudanças, concentradas na parte frontal, foram até discretas. A GM não chegou a alterar o espírito do carro, mas conseguiu dar um frescor ao projeto graças ao para-choque mais cheio de reentrâncias. O que deve diferenciá-lo nas ruas é a luz diurna de LED, que faz parte do conjunto óptico inferior. A grade bipartida tem desenho semelhante a anterior, porém, com cromados e um formato mais chamativo.
Por fora é só, com exceção das rodas, o que é uma mudança obrigatória. Por dentro, há menos coisas ainda para se notar. A Chevrolet oferece agora um interior com tonalidade marrom muito aconchegante. E há o novo sistema multimídia, agora touchscreen e mais fácil de usar.
Quem conhece o carro notará que ele está mais suave ao dirigir, mas sem perder desempenho. A GM diz que os clientes reclamaram do apetite na saída de semáforos – o carro saída como um louco para depois ‘acalmar’. Para tornar esse comportamento mais liner, a marca recalibrou o acelerador e trouxe uma nova geração da transmissão automática GF6, que tem respostas mais rápidas. O resultado é uma aceleração progressiva e econômica.
Consumo misterioso
O motor do Chevrolet Cruze 2015 continua a ser o mesmo Ecotec 1.8 flex, importado da Hungria. Apesar do nome, consta que é um propulsor gastão, segundo ouvimos de alguns donos do modelo antigo. Segundo a fabricante, o Cruze ficou mais econômico com essa alteração mecânica, mas não revelou qual o consumo do carro – ela se recusa a participar do Conpet, o programa de eficiência energética conduzido pelo Inmetro.
É uma pena já que a falta de transparência acaba reforçando a impressão que a montadora quer esconder números ruins de seus motores. Marcos Munhoz, vice-presidente da GM, admite que no futuro todas as marcas terão de participar do programa, mas hoje a justificativa é que a “GM prefere investir em engenharia e desenvolvimento de componentes”. Para ele, quem opta por participara do Conpet foge de investir em produtos mais avançados.
Sem ambições
Resumo da ópera: quem comprar o Chevrolet Cruze 2015 (que chega a partir de dezembro às lojas) terá um carro levemente melhor que o anterior, mas longe de ter condições de encarar os donos do mercado Toyota Corolla, Honda Civic e o Ford Focus, no caso do hatch. Ainda mais que o Cruze não é um carro barato – a versão de entrada começa em pouco mais de R$ 70 mil e a top LTZ custa entre R$ 86 mil (hatch) e R$ 87 mil (sedã).
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É um carro atraente, confortável, bom de dirigir, mas não tem armas para tirar mercado dos bambambas do setor. Ao menos até 2016, quando o novo Cruze der o ar da graça.
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Deveria ter mexido na suspensão que é dura com solavancos na traseira quando em terrenos emburacados, também no acústico do carro, o meu mesmo é muito barulhento na cabine. Não pretendo outro. Pois essa atualização foi medíocre,