Elas vêm perdendo espaço na preferência do consumidor brasileiro, mas ainda dominam o mercado. Fiat, Volkswagen, Chevrolet e Ford, as quatro marcas ‘tradicionais’, fecharam 2013 com 67,4% das vendas, pouco mais de dois terços dos veículos emplacados. É muita coisa, há de se reconhecer, mas foi pior – no ano passado elas respondiam por 70% e não faz muito tempo que representavam 80%.
Fiat e Volks, que mantiveram o 1º e o 2º lugar, foram as que mais perderam em números absolutos. Juntas, elas deixaram de vender mais de 150 mil veículos caso tivessem mantido suas participações de 2012. A grande “vilã” para elas foi a Hyundai. Com a fábrica nacional, a marca coreana quase dobrou suas vendas: de 108 mil para 213 mil no ano passado. A Toyota, mesmo com a estreia um tanto tímida do Etios, também evoluiu. De 114 mil, a marca japonesa emplacou 176 mil.
Os números do quarteto ‘tradicional’ só não foram piores em 2013 porque Chevrolet e Ford cresceram. As duas marcas norte-americanas colheram o resultado de investimentos em novos produtos, porém, o esforço serviu mais para estancar uma queda do que aproveitar o momento de fraqueza das suas rivais mais conhecidas. A Ford vendeu mais 11 mil carros comparado à 2012 enquanto a GM emplacou 7 mil unidades extras.
Evolução do luxo
Outras quatro marcas tiveram um 2013 para não esquecer. As quatro maiores marcas de luxo também cresceram de forma significativa: Mercedes-Benz, BMW, Audi e Land Rover registraram percentuais invejáveis de 61%, 59%, 35% e 30%, respectivamente. Não por acaso, todas elas anunciaram linhas de montagem nacionais nos próximos anos, o que mostra que o mercado de luxo tem muito o que crescer. De fato, mesmo com esse aumento, as vendas das quatro representam apenas 1,4% de participação no bolo total. Em outros mercados, esse segmento pode passar 5% com facilidade.
Também atingidas pela medida do Inovar-Auto, as chinesas e a coreana Kia tiveram um 2013 para esquecer. Esta última viu seus emplacamentos despencaram mais ainda, para apenas 29 mil unidades. A Chery, mesmo com fábrica em construção, amargou uma queda de 43% – a JAC foi a que menos sentiu o efeito, com queda de 11%.
Franceses em baixa
Mas quem tem o que lamentar mesmo são as marcas francesas. Até a Renault, 5ª marca mais vendida no Brasil, sofreu em 2013. Com a reforma na fábrica do Paraná, a marca perdeu vendas no começo de 2013 e não conseguiu recuperar o tempo perdido no resto do ano. A chegada do Logan também não surtiu efeito ainda nas vendas, o que deve acontecer em breve. Resultado: 5 mil carros a menos que não saíram das concessionárias.
Perto do que passaram Peugeot e Citroën, a Renault deve até comemorar. As duas marcas do grupo PSA encolheram mais no ano passado, movimento que já vem de tempos atrás. A Citroën caiu de 74,6 mil carros em 2012 para somente 66 mil em 2013. Já a Peugeot, mesmo com o lançamento do 208, desceu mais degraus: de 72 mil para 57 mil carros. Com isso, perdeu a 11ª colocação no ranking para a Mitsubishi.
Com sotaque francês, mas de origem japonesa, a Nissan não via a hora de 2013 acabar. Atingida em cheio pelas cotas mexicanas, a marca parceira da Renault perdeu quase 26% das vendas. Ao menos, no caso dela, a nova fábrica em Resende, no RJ, poderá reverter a situação.
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As japonesas Honda e Mitsubishi pouco variaram, a primeira até subiu um pouco enquanto sua conterrânea perdeu um naco das vendas.
Mesmo com tanta movimentação em 2013, o mercado brasileiro ainda mostra uma imensa concentração. As 20 maiores marcas possuem nada menos que 99% das vendas tanto em 2012 quanto em 2013 – outras 30 marcas só conseguem convencer 1% dos consumidores brasileiros. Pelo jeito, Fiat e Volks ainda devem ver sua participação cair por anos e anos.
Vendas | Participação | ||||
Marcas | 2013 | 2012 | variação | 2013 | 2012 |
Fiat | 762.979 | 838.213 | -9,0% | 21,3% | 23,1% |
Volkswagen | 666.739 | 768.395 | -13,2% | 18,6% | 21,1% |
Chevrolet | 649.814 | 642.644 | 1,1% | 18,2% | 17,7% |
Ford | 335.062 | 323.680 | 3,5% | 9,4% | 8,9% |
Renault | 236.364 | 241.483 | -2,1% | 6,6% | 6,6% |
Peugeot | 57.510 | 72.055 | -20,2% | 1,6% | 2,0% |
Citroën | 66.113 | 74.601 | -11,4% | 1,8% | 2,1% |
Toyota | 176.134 | 113.804 | 54,8% | 4,9% | 3,1% |
Honda | 139.279 | 134.956 | 3,2% | 3,9% | 3,7% |
Nissan | 77.826 | 104.780 | -25,7% | 2,2% | 2,9% |
Mitsubishi | 58.174 | 60.577 | -4,0% | 1,6% | 1,7% |
Hyundai | 212.913 | 108.362 | 96,5% | 5,9% | 3,0% |
Kia | 29.135 | 41.160 | -29,2% | 0,8% | 1,1% |
Suzuki | 6.265 | 7.116 | -12,0% | 0,2% | 0,2% |
Mercedes | 17.798 | 11.065 | 60,8% | 0,5% | 0,3% |
BMW | 13.914 | 8.780 | 58,5% | 0,4% | 0,2% |
Audi | 6.694 | 4.963 | 34,9% | 0,2% | 0,1% |
Land Rover | 10.649 | 8.170 | 30,3% | 0,3% | 0,2% |
Chery | 8.053 | 14.197 | -43,3% | 0,2% | 0,4% |
JAC | 15.966 | 18.042 | -11,5% | 0,4% | 0,5% |
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