A edição 2012 do Salão de Paris foi uma das mais fracas que presenciei. Em outros anos, o evento francês esbanjou novidades para todos os bolsos e gostos, mas agora a crise financeira parece que chegou para valer entre as marcas europeias. Nunca tinha visto, por exemplo, uma fabricante inundar seu estande com apenas um modelo. Foi o que fez a Opel com o Adam, o “500 alemão”. Ou mesmo com a Renault que tinha ao menos uns 10 exemplares do novo Clio 4.
Algumas marcas se resumiram em mostrar o que já tinham revelado em Genebra, Pequim ou Frankfurt e outras a colocar diversos modelos já conhecidos do público apenas para encher seu espaço. Em comum, o que se viu foi um movimento um tanto desesperado por novos clientes, seja na Europa ou no resto do mundo. Sim, tivemos bons lançamentos como o Golf 7 e o próprio Clio 4, mas sedãs como o C-Elysée me pareceram apelativos. A Citroën, por exemplo, tem se beneficiado da imagem “premium” e tira proveito da linha DS. Ao mesmo tempo, produziu um sedã básicão que não tem a ver com o resto do portfólio. Melhor é o C4 L, cotado para o Brasil.
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Por falar em francesas, a Peugeot mostrou o conceito 2008, produzido com a ajuda do Brasil e que chega por aqui dentro de dois anos. É um jipinho de linhas retas e pouco ligado ao design da marca. Apesar disso, agrada no visual, mas será que a marca conseguirá criar um veículo robusto como esse tipo de modelo exige? Conversamos com alguns executivos e eles garantem que o grupo (Peugeot e Citroën) está mudando isso, buscando deixar uma boa impressão no pós-venda. Vamos ver.
A Renault, por sua vez, deixou mais clara a divisão entre seus clientes. Se na Europa eles merecem o Clio 4, um modelo que cresceu e pela primeira vez ficou mais bonito que o rival da Peugeot (no caso o 208), para os consumidores sem muito recursos, seja da Europa Oriental ou África, Oriente Médio e Brasil, sobrou a linha Dacia. Os novos Sandero e Logan ficaram mais bonitos, porém, continuam com aquela má impressão de acabamento básico. E no Brasil eles ainda podem demorar, disse a marca. Enquanto isso, ficamos com o Clio 2,5…
As alemãs, que costumam tentar atrapalhar suas rivais francesas quando vão à Paris, também não fizeram muita coisa. A Volks levou o novo Golf, um projeto atraente e moderno, mas pouco ousado, e que deve ser o sucessor do nosso velhinho Golf 4,5. Seja vindo do México ou, quem sabe, feito aqui um dia. Suas co-ligadas também foram tímidas. A melhor surpresa foi o Porsche Panamera Sports Turismo, que ainda é conceito. A Audi continua levando seus últimos conceitos com visual retangular e ideias bem apagadas.
A Mercedes mostrou o cupê do Classe A, carro que pode ser produzido no Brasil e a BMW, o seu “Classe B”, um belo monovolume de nome Active Tourer. A Opel, como já dito, mostrou o Adam, que é uma espécie de Corsa “premium”. O carro é simpático ao vivo, mas não sei dizer se a Opel tem essa imagem de descolada que ela imagina.
Coreanos
Até mesmo os coreanos pegaram leve. Eles que estão crescendo na Europa se concentraram em seguir seu cronograma ousado de lançamentos. A Kia mostrou o novo Cee´d, hatch médio de visual arrojado, e a nova Carens, que é bem melhor que a atual. Senti falta do novo Cerato, mas europeu não compra sedã desse tamanho. A Hyundai levou o i30 2 portas, legal, e o novo Santa Fe, que até já está nas ruas francesas. Um belo crossover que deve agradar por aqui.
Japoneses
Sono, muito sono. É o que dava ao passear pelos estandes das japonesas. A exceção foram os bons conceitos como o S-Cross, da Suzuki, e os Lexus e Infiniti. Mas as grandes marcas decepcionaram. A Mitsubishi levou o novo Outlander elétrico, um dos carros mais horrorosos que vi, a Toyota, o novo hatch Auris, com frente bem legal, mas só. Até a Nissan esteve apagada com seu conceito feioso Terra. A Honda, então, se resumiu a mostrar o novo CR-V na Europa. Que fase, hein. O carro já é vendido há tempos no Brasil.
Americanos
A Chrysler e suas outras marcas continuam passando em branco nos últimos salões, ao menos na Europa. Já a GM tinha o Trax, que pode virar Tracker por aqui, num canto do estande e sempre com gente dentro, o que não me deu chance de entrar no modelo. A Ford mostrou o EcoSport ao lado do Kuga, mas por pouco tempo. Também estava lá o novo Mondeo, que é o Fusion da nova geração. Nada, no entanto, de impacto.
A Fiat também continua a mostrar novidades a conta-gotas. A minivan 500L, que estava em destaque no estande, não chega a provocar muitos suspiros. Um sucessor para o Punto teria sido o ideal, mas o compacto ainda deve ficar algum tempo no mercado.
Luxuosos e esportivos
Para não dizer que tudo foi em vão, algumas marcas de luxo salvaram o evento. A Jaguar mostrou o belo conversível F-Type e sua irmã, o grandão Range Rover Vogue. Ao lado deles estava o P1, superesportivo da McLaren de visual impactante.
A leitura que se faz é que o foco das principais marcas europeias é sobreviver. Com o mercado europeu estagnado, ou melhor, caindo, a saída é buscar parte das vendas com esses clientes que querem um carro mais econômico – o mote principal do Golf, acreditem – e mirar nos mercados em desenvolvimento. Sim, o Brasil, apesar de todos os problemas com leis, custos e impostos, ainda é considerado salvação para elas. Pena que isso não signifique mandar para cá seus melhores modelos e sim versões pobres e mais lucrativas, cuja produção local é incentivada no momento pelo governo e desejadas por parte do público brasileiro.
ALGUMA COISA ACONTECE NO MEU BRASILSILSILZÃO.
Alguma coisa extremamente grave ocorre no Brasil. Um país com 200milhões de habitantes, baixa relação de carros per capita, produção de veículos entre os 6 maiores do planeta, crise financeira na Europa, recessão disfarçada de pós crise nos Eua, produção das montadoras japonesas na China em 50% de sua capacidade devido a protestos dos chineses e todas as montadoras sem qualquer excessão com seus portfólios de carros e versões incompletas, defasadas, tecnologicamente ultrapassada, segurança abaixo dos índices recomendado pela LatinNcup, falta de veículos em linha de produção para comercialização (falta Jetta, falta Fox Prime, falta Polo, falta Cruze, falta S10…) , montadoras subindo o preço dos seus carros (Mitsubishi TR4, Polo, Jetta, Fox…).
Tem algo errado, é fato!
O descaso das montadoras com o Brasil é gritante, marcante e a única conclusão que chega é ERRO POLÍTICO para o setor, provocado pelo governo federal do PT há 10 anos no poder (2002-2012).
O Golf é um exemplo, lançado em 98 e a partir de 4 anos de produção (costumeira data para mudança no modelo) conheci-de com 2002 (estréia do PT no poder) sem qualquer mudança em sintonia com seu modelo original na Europa.
A atual política lançada pelo governo federal INOVAR AUTO, é irracional, equivocada, ineficiente, burocrática, tendo em vista que as normas de segurança, tecnologia, economia de combustível, deveria ser imposta gradativamente sob a condição da falta de implementação pelas montadoras ter a venda dos autos fora de padrão impossibilitados de comércio, como foi com o Air bags e Abs e que deveria ser estendida para um índice de no minimo 3 estrelas na LatinNcup ou aparelhar o Imetro para análise das plataformas dos autos para questões de segurança.
Na política do Inovar Auto, a montadora tem a liberdade de escolha entre itens determinados e se caso não venha a cumprir alguns desses itens a PENALIDADE NÃO SERÁ DA MONTADORA, SERÁ DO CONSUMIDOR, que terá a penalidade em pagar IPI maior pela falta de cumprimento das normas do Inovar. Na prática o infrator é a montadora, mas o réu penalizado é o consumidor que é quem paga o IPI cuja retenção as montadoras fazem e repassam para os cofres do governo federal.
Outro absurdo é a restrição aos importados, pois erroneamente uma parte da imprensa vem comentando que será liberado a importação sem os 30% de aumento do IPI, quando na verdade haverá cobrança dos 30% do IPI sendo fornecido um crédito de 50% dos 30% as montadoras no compromisso da produção do auto ou parte dele no país e os outros 50% em crédito para o momento da produção de fato. Durante esse período, haverá cotas e cobrança parcial ou total do IPI de 30% porém o CRÉDITO não será do consumidor, mas sim da montadora que recolheu um tributo do consumidor (dinheiro dele) e repassou ao Estado Federal e o Crédito não será estornado ao consumidor.
Sem falar no aumento da burocracia para obter benefícios do IPI pelas montadoras, com documentação, projetos, compromissos, capital…para protocolar junto ao Ministério da Fazenda, Ministério da Indústria e Comércio para ter seus projetos aprovados a um custo que não saberemos precisar, sujeito a corrupção dentro dos Ministérios e Secretarias por alguns maus funcionários públicos, morosidade de todo o processo de aprovação, liberação e comercialização.
Enfim, deveria sim existir uma política para o setor, mas uma política voltada para diminuição da carga tributária (não aumento de 30% para caso cumprimento abonar em 30% e outros 2% do IPI), afinal se o governo federal pôde isentar parcialmente as vendas dos autos com a queda do IPI por 6 meses, ou até um ano como ocorrido no governo Lula, sem prejudicar a arrecadação fiscal, porque não pode baixar o IPI em definitivo para uma alíquota menos onerosa?
Enquanto na Inglaterra a política para o setor fica mais de 5 anos sem mudança, no Brasil muda várias vezes no mesmo ano, gerando insegurança para o investimento dos empresários do setor, seja de brasileiros com auto peças, seja das multinacionais ligadas ao setor automotivo.
O Inovar Auto, acaba deixando as montadoras a mercê da política e benesse governamental, o que assusta qualquer empresário disposto ao investimento de seus capitais.
Precisamos ter regras duras de segurança, tecnologia, poluição, economia para o setor, mas regras com penalidades exclusivas para as montadoras e não para o consumidor, além de menor carga tributária, normas claras e desburocratizadas.
É disso que o BRASIL precisa.
Senão o mundo poderá entrar em crise, a China explodir e incendiar carros japoneses, que o Brasil continuará com suas Kombis da década de 50.
POLÍTICA VERGONHOSA.
OS 200 MILHÕES DE BRASILEIROS, NÃO DEVERIAM ACEITAR SITUAÇÕES COMO ESSAS.
Concordo integralmente contigo, meu caro.
Mas, como disse o Molusco-mor: o brasileiro está mais preocupado com o fato do Palmeiras ser rebaixado do que com mensalão.
Se o tal do INOVAR AUTO for tão ruim nenhuma empresa ira aderir, o que ao meu ver não está por vir.
Se o governo intervém é porque intervem se não é porque não faz nada, ora vamos pensar friamente.
O problema é o consumidor, vai na loja e quer mostrar status, tem que boicotar ….. veja esse link
caro amigo Comanche, trocando em miudos essa sua reflexao totalmente verdadeira, a conta será de um só: nós consumidores que seremos eternamente enganado por essa corja malefica que é a ANFAVEA!
Desesperadas, mas nem assim trazem/fazem o seu melhor no Brasil.
Concordo integralmente com o texto do Comanche !!.