Uma é a queridinha da América: faz carros elétricos, bonitos e ecológicos, fica no Vale do Silício, espécie de Éden tecnológico norte-americano, e tem, entre seus clientes, uma infinidade de celebridades de Hollywood. A outra é anti-Cristo em forma de montadora: está endividade até o pescoço, é ineficiente, tem produtos ultrapassados, dirigentes burocratas, fica em Detroit, uma das metrópoles mais decadentes dos Estados Unidos, e está a um passo da concordata. Pois não é que o CEO da Tesla, a bela, foi encontrar outro parâmetro para humilhar a GM?
Martin Eberhar disse ao Bloomberg que a Tesla vale hoje teoricamente metade da General Motors. Veja bem, a Tesla mal produziu algumas centenas de carros, precisa de investimento para lançar o segundo modelo e é mal conhecida até mesmo nos EUA.
A base para o cálculo de Eberhar foi o valor pago pela Daimler por 10% da Tesla – US$ 50 milhões. Em miúdos, ela vale US$ 500 milhões por esse raciocínio. Já a GM, de acordo com suas ações na bolsa, vale hoje US$ 1,17 bilhão.
Claro que isso é apenas matemática sem base nenhuma. E reflexo de uma expectativa. A Daimler pagou esse valor esperando que a Tesla confirme seu futuro próspero. Isso pode não ocorrer afinal as demais montadoras estão investindo em carros elétricos e podem superá-la. Por outro lado, a GM está no fundo do poço, é verdade, porém, dizer que toda estrutura da empresa no mundo valha apenas US$ 1 bilhão é outro exagero.
E pensar que a GM poderia ter todos este mercado de elétricos em suas mãos!!!
O EV1 foi criado por ela para atender as leis Californianas e a GM os distribuiu através de leasing (aluguel) pela sua marca Saturn.
Após muita pressão (creio e muitos também, que a pressão veio da indústria petroleira), as leis acabaram afrouxadas e a GM recolheu "todos" os EV1.
Mesmo tendo movimentos contrários por parte dos "locadores", que mesmo querendo comprá-los, a GM esmagou todos, transformando em cubos de metal.
O mesmo, outras marcas fizeram em solo Americano.
A Gm deu às costas para a cereja que tinha em suas mãos. Ao contrário, preferiu ceder às pressões da indústria petroleira.
Vejam o filme "Quem matou o carro elétrico". Para quem gosta de carro, vale a pena.