E a terra “tremeu” em Sumaré. A sempre negada falta de peças vindas do Japão – por causa do terremoto de março – atingiu em cheio a Honda. A produção na fábrica foi interrompida nesta quinta-feira, segundo o sindicato local, que protesta contra a intenção da montadora de demitir 1.270 funcionários da planta. Ainda de acordo com ele, o Civic, que seria lançado no final de 2011, ficou para 2012.
O sindicato disse à revista Exame que a matriz da Honda irá cortar em 50% o fornecimento de componentes para o Brasil. Tratam-se sobretudo de peças eletrônicas que não têm contrapartida nacional. Apesar da má notícia, a Honda comentou com seus trabalhadores que prevê regularizar a situação já em 2012.
Caso se confirme isso, será um duro golpe financeiro para a marca, que vive um momento de decisão no Brasil. Enquanto as rivais avançam com novos modelos, a Honda tinha esperança de virar o jogo com o novo Civic e preparar a chegada do Brio, compacto que concorrerá com o Etios, da Toyota.
Se considerar agora a restrição imposta pelo governo federal do Brasil as peças de auto importadas, a situação complicará mais ainda.
O governo Brasileiro, ao invés de incentivar a produção local, diminuir em definitivo a carga tributária, formalizar uma política adequada, exigindo melhores índices de controle de poluentes, segurança passiva e ativa e motores com tolerância determinada de consumo de combustível, faz o contrário.
Fecha as aduanas ou cria-se dificuldade aos importadores de autopeças e permitem os aqui instalados (montadoras no caso) a nadarem de braçada, oferecendo preços abusivos pela falta de competitividade provocada por barreiras protencionistas.
O Brasil está claramente andando para trás.
A inflação do automóvel subirá, assim como a inflação geral tem subido, as empresas estão fechando as portas e indo produzir fora do país, a energia elétrica industrial está entre as mais caras do mundo em um parque hidrelétrico que é mais barato sua produção energética do que outra fonte de produção de energia como as existentes em muitos países pelo globo.
E continuo acreditando que somos um país de futuro.
Ah, Deus é brasileiro.
E eu sou Pentacampeão, mesmo com o Ricardo Teixeira atolado até o pescoço em denúncias de corrupção.
Viva o Brasil dos companheiros!
Brasil aumenta barreira à importação de veículos e autopeças, diz Anfavea
Liberação de guias de importação não será mais automática.
Para a associação de fabricantes, medida é resposta ao governo argentino.
Priscila Dal Poggetto e Mariana Oliveira
Do G1, em São Paulo e em Brasília
imprimir
A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) informou nesta quinta-feira (12) que o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) adotou nesta semana mais uma medida de barreira à importação de veículos e autopeças, o que inclui pneus. A partir de agora, para tais produtos entrarem no mercado nacional, o fabricante terá de pedir uma licença prévia para a liberação de guias de importação. Até então, o procedimento era feito de forma automática.
O ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior não confirma oficialmente a medida. O ministério da Fazenda, também consultado pelo G1, respondeu que não tem informação sobre o assunto.
Segundo a Anfavea, o aumento de barreira à importação é uma resposta ao governo argentino, que tem dificultado a entrada de produtos brasileiros em seu mercado. “Temos 2,5 mil máquinas agrícolas paradas na Argentina e que não podem entrar no país”, argumentou ao G1 o diretor de relações institucionais da Anfavea, Ademar Cantero. De acordo com ele, foi a própria entidade que alertou o governo sobre a posição adotada pelo país vizinho e principal importador de produtos oriundos do Brasil no setor.
No entanto, a imposição de licença prévia deve valer para todos os mercados, já que a Organização Mundial do Comércio (OMC) proíbe que a medida seja adotada para um país especificamente. Ainda de acordo com as regras da OMC, o Brasil tem até 60 dias para permitir a entrada dos produtos. Segundo Cantero, essa regra não é cumprida pela Argentina. “Quando alertamos o governo, dissemos que a Argentina não tem cumprido o prazo de 60 dias”, acrescentou.
Apesar da reclamação da Anfavea, Cantero ressaltou que esta é uma medida governamental, que trata “da relação simétrica de comércio entre os dois países”.
A Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores (Abeiva) diz que não vai se pronunciar por enquanto. A entidade representa 30 marcas importadas para o Brasil, entre elas, as alemãs BMW e Porsche, a italiana Ferrari, a sul-coreana Kia Motors, a sueca Volvo e a chinesa Chery.
No setor, entre as medidas que protegem o mercado nacional da invasão de produtos importados existe a alíquota de importação de 35% sobre o valor do veículo. No entanto, se o produto vier de algum país que tenha relações comerciais bilaterais com o Brasil e a fabricante possuir unidade industrial no território nacional, ele fica isento. É o caso de veículos oriundos da Argentina e do México, que representam a maior parte dos importados no país.
São produzidos na Argentina, por exemplo, a perua SpaceFox e a picape Amarok, da Volkswagen, os sedãs Peugeot 408 e Renault Fluence, e o Chevrolet Agile.