O editorial do site Best Cars desta semana levanta uma questão fundamental: “estamos virando destino de refugos das marcas?”. Mesmo sendo hoje o 4º maior mercado mundial de veículos, à frente até da Alemanha, de repente, somos brindados com versões aposentadas de veículos vendidos em outras partes do mundo.
Fabrício Samahá, o editor do site, relembra os tempos em que isso era comum por outras razões, mas hoje, com uma indústria moderna e modelos tão atuais quanto os vendidos na Europa e Estados Unidos, ainda somos alvo de carros ultrapassados.
Nas próximas semanas, seremos brindados com dois deles: a Chevrolet, por exemplo, trouxe o ferramental abandonado do chinês Sail para atualizar o idoso Classic. Já a CAOA, em vez substituir o atual Tucson pelo ix35, preferiu importar a linha de montagem coreana e instalá-la no em Anápolis para manter o modelo em produção local. E ainda diz que “exportará para todo o mundo”. Exagero típico da empresa.
E não são apenas as duas. A Fiat, coincidentemente, resolveu atualizar o “patinho feio” Doblò, adivinhem, ao mesmo tempo em que a nova geração era lançada na Europa. Já a Peugeot quebrou a tradição de manter seu portfólio em linha com a França ao inventar o “207 nacional”. Sim, custava chamá-lo de 206 Plus ou 207 Compact, como em outros mercados? Teria sido menos ofensivo.
O grande problema é saber de quem é a culpa. Do governo, que cobra impostos altíssimos? Das montadoras, que ganham muito no Brasil, mesmo com linhas de veículos ultrapassados em grande parte? Ou dos clientes, que continuam comprando Kombis, Unos, Classics, 206,5 etc?